terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criatividade

Quando crianças achamos que todos os problemas TÊM solução.
Podemos tudo, basta imaginar.
O problema está em que, assim que entramos na "escola", somos treinados a esquecer criatividade e a seguir regras, mesmo que sejam erradas ou existam alternativas melhores. E aprendemos usando mêtodos e fórmulas que ultimadamente nos colocarão dentro de caixas facilmente catalogáveis.
...


(i'll be back...)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Leituras

Desde pequeno eu gosto de ler. E fui encorajado pelos meus pais à leitura. Continuei a ler e encorajei minha filha a gostar de ler. Acho que consegui.

Porque disto tudo? Acabei de ler um post num blog de administração onde falava sobre livros e leitura, que me fez lembrar das vezes em que meu chefe (RRB) comentou sobre o que eu estava lendo.

De fato, foram duas vezes em que ele mostrou interesse na minha leitura, e o expressou. A primeira, ele sentou na minha mesa e pegou o livro que tinha deixado sobre ela. Uma edição antiga, de 1949, "Os 4 homens justos" de Wallace. Ele gostou e ainda comentou que tinha lido quando adolescente. E, a segunda, anos depois, quando, após uma reunião, saia eu da sala da diretoria e ele perguntou o que eu estava lendo -pois estava com o livro na mão. Era um livro sobre usabilidade na internet: "Don't make me think" do Krug. Ao que ele comentou que algumas vezes gostaria de poder fazer exatamente isso: parar de pensar.

Hoje, olhando de longe aquele tempo, como um dos espermatocitos que chegou atrasado tentando forçar a entrada, percebo o momento de catarse do qual participara. Nunca mais repetiu aquela frase e, acredito piamente, que ninguem que tratou com ele imaginou esse seu desejo.
A não ser "A Suprema" mas, isso é uma outra história...

domingo, 20 de novembro de 2011

Resultado e Bom resultado

A diferença entre um resultado e um bom resultado é que o bom resultado transcende ao fato.

(Des)Construíndo algumas velhas idéias e propostas apresentadas, sempre encontrei este mesmo traço. Algumas definitivamente deram com os muares n'água, outras meh, daquelas boas, as melhores delas transcendiam ao fato, iam além do esperado, do planejado inicialmente.
E, ainda destas, duas ou três, criaram asas e foram até capazes de gerar subprodutos e novas idéias. (Aplausos!)

Estas propostas foram incorporadas, não mais fait accompli, mas algo natural. Sem esforço a mais. Uma verdadeira situação ganha-ganha.
Quem propôs e quem aceitou criaram uma igualdade; não mais um movimento unidirecional, mas uma troca igual de impressões. Onde ambas as partes viram vantagens e utilidades iguais nas propostas.
E o resultado não só confirmou as expectativas, mas às vezes superando-as de muito.

Claro que houve quem, à primeira instância, achasse ridículo, mas basta um sonhador. De ambos sempre há, pelo menos um, na plateia.

Alguns chamam de empenho, outros; pura sorte (sheer luck). Não importa muito o nome que demos. Os resultados são de um maniqueísmo matemático. São bons ou não.
Uma vez satisfeita a condição, desliga-se da necessidade e pronto. Ninguém pensa mais nisso. Eis uma limitação! Vemos tudo linear e isolado. Cá para mim, vejo ciclos, conexões e relações.

Mas é, nesta zona de conforto, que definitivamente podemos fazer análise de resultados e chegar a conclusões, melhores práticas e racionalização de processos que nos levarão, mais facilmente a resultados semelhantes em outras situações. Ou chegarmos perto.

Pois nela estamos em condições de enxergar o verdadeiro alcance de nossos esforços. Podemos traçar as rotas e mapear desenvolvimento.
Inovação.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Relativismo

Fui treinado a salivar quando escutasse um sino. Hoje o sino foi eliminado e tenho que continuar salivando apesar disso. Está me levando à loucura quebrar este molde e padrão comportamental. Uma roda dentada que não encontra ajuste no sistema em que está. Unidade no vácuo escuro, acho que acabei de cair num experimento comportamental. E um holismo relativista me acena com várias direções ao mesmo tempo... que continua passando impassível.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Zonas de Conforto

No Wikipédia encontramos que, zona de conforto é o estado comportamental dentro do qual a pessoa atua em uma condição neutra de ansiedade, utilizando um conjunto limitado de comportamentos para obter um nível constante de desempenho, normalmente desprovida do sentido de risco.

Mas, pensei, se alterarmos os níveis de ansiedade, desempenho e risco obteríamos um resultado bastante parecido com aquele da Lei de Boyle-Mariotte nos gases.
Há lógico, algumas pequenas variáveis:
1) se aumentamos a ansiedade, o desempenho diminui e o risco aumenta;
2) se aumentamos o desempenho, a ansiedade diminui e o risco diminui; e
3) se aumentamos o risco, a ansiedade aumenta e o desempenho diminui,
Se formos complacentes, elas funcionam similarmente. Dá para ver a semelhança aqui e ali.

O dado que não é computado nesta semelhança é que falamos de sistemas fechados, enquanto nós, gente, como sistema somos abertos, fractais.
Hmmm.
Estava indo tão bem... não?


O homem é um animal de costumes, dê-lhe tempo (e certa dose de preguiça) e ele será capaz de adaptar-se ao ambiente que o rodeia. Nem precisamos nos afastar do computador para visualizar exemplos dos 3 ambientes acima mencionados em várias épocas da história humana. Pensemos que, com esse mesmo leque limitado de comportamentos e assumindo um maior nível de risco poderíamos conseguir um aumento do desempenho.

Quando funciona, e conseguimos explicar até para nós mesmos o que foi que aconteceu, chamamos de criatividade. Esqueçam o dedo opositor, ou o andar ereto! Foi acertar o coco com a pedra e não a pedra com a cabeça (coco) o que nos diferenciou dos outros mamíferos!

Quando não funciona... bem, sejamos resilientes. Como diria o Salgado (Quino): "é a forma certa de fazer errado". Por enquanto...

Lembra-se da frase: "Se o homem fosse capaz de voar, Deus lhe teria dado assas!"
Nada mais comum do que voar pra lá e pra cá hoje em dia. E isto é apenas um dos muitos exemplos onde o risco, a ansiedade e o desempenho são mudados -levemente- para atingir um objetivo qualquer.
Até Wile E. Coyote sabe disso.

Muitas empresas ainda usam a fórmula de Salgado e erram da forma certa. Desenvolvem estratégias mirabolantes, sistemas de qualidade e projeções de desempenho. E, como na Revolução Francesa, aumentam a ansiedade e o risco esperando que o desempenho dos colaboradores aumente junto. Depois do choque original, o novo nível de ansiedade passa a ser o normal, aprende-se a evitar o risco e o desempenho não aumenta.
Cria-se um novo patamar, uma nova zona de conforto.
E então...

(continua)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Depressão segundo Kehl

“A depressão é a expressão de mal-estar que faz água e ameaça afundar a nau dos bem-adaptados ao século da velocidade, da euforia prêt-à-porter, da saúde, do exibicionismo e, como já se tornou chavão, do consumo generalizado. A depressão é sintoma social porque desfaz, lenta e silenciosamente, a teia de sentidos e de crenças que sustenta e ordena a vida social desta primeira década do século XXI.
Por isso mesmo, os depressivos, além de se sentirem na contramão de seu tempo, vêem sua solidão agravar-se em função do desprestígio social de sua tristeza. Se o tédio, o spleen, o luto e outras formas de abatimento são malvistos no mundo atual, os depressivos correm o risco de ser discriminados como doentes contagiosos, portadores da má notícia da qual ninguém quer saber.”


Maria Rita Kehl em passagem de seu O tempo e o cão: a atualidade das depressões (São Paulo: Boitempo, 2009, p.22).