terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Tie Fighter Chronicles

Entrei na sala e me dirigi direto à cabine do veículo mais próximo. Um velho LT, que esperei estar carregado. Ainda que estes bichos são revisados e armados assim que entram nas salas. (Click, click)


Saí no frio escuro e escutei os passos de meus dois acompanhantes assumindo posições para ler terrenos. (Trhump)
- Uma unidade pequena e rápida.
Dei os primeiros passos, afastando-nos da unidade-mãe.
- Terrenos classe 4 - irregular, denso, cuidado: pedras soltas, fontes e sistemas de cavernas - algumas poucas com rios subterrâneos.
- Nativos ...
O HUD no capacete me informava, por varredura, o ambiente ao redor, a comunicação com os alas e com o sistema de apóio tático.
(Sssss)
Podíamos ser uma pequena unidade rápida de reconhecimento, com defesas leves, mas éramos apoiados por "Mama", um sistema invejável de armamentos que nos sobrevoava como águia. Nós mantinha seguros e inteiros. Era só prestar atenção. Se mexessem conosco, "Mama" entraria automaticamente em ação. E seria seu último arrependimento.
(Ping)


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Museu(s)

Pois é... “A miracle is what seems impossible, but happens just the same”.



Museus são exposições de contos, piadas.
Sim, vejam; o autor(a) seja quem for, diz o que lhe dá na telha com os meios que escolhe livremente enquanto pensa n’algo que não necessariamente aparecerá explícito na obra.
Uma piada!

Com o tempo, ver uma obra de arte se traduz em algo mais do que o simples e simplista: “gostei / não gostei”.
Neste caso específico, andando desavisado, pela primeira vez que pisava no MAC depois de tantos, tantos anos em São Paulo, dei de cara com isto!
Me chamou pelo nome, como se tivéssemos participado do churrasco de domingo. Quase lhe perguntei, “o que você faz aqui”, mas me contive.
- “Sóbrio, estamos num museu. Não dê bandeira” – pensei.


O autor compartia uma risada homérica com o espectador.
Pelo menos cinco níveis de leitura numa montagem deliciosa e inteligente, de leitura aberta e polifônica.

Cheguei perto o suficiente, até o vigilante do museu começar a suar e olhar feio. Conseguia ler as páginas do dicionário-base da composição. E aleatoriamente, pois não há ordem alguma aparente, a participação sobre os módulos (9 linhas e 11 colunas) e a colagem das massas negras. O simples, sempre será o mais difícil de conseguir. Depois de Wassily Kandisky e Piet Mondrian, o padrão se complicou um pouco.

Tive a sorte de encontrar a piada pronta. Entendê-la e, enquanto fotografava, rir dos modos de ver dos sisudos que passavam e não paravam para rir e do vigilante com manuais de comportamento em museus no bolso.

No MuBE de São Paulo.
Então, tinha o maluco do Lionel, falando bobagem.

"Tolendo tolens"
Era um antigo ditado na homeopatia: 'negando nega', em latim. A dupla negativa que afirmaria qualquer proposição. É exatamente o que acontece neste museu-espaço. 
As portas estão abertas, o convite diz: 'venha - não venha'.
A localização, os elementos que formam a gestão ou elementos que formam o objeto em si, analisados isoladamente.

Oito obras compõem seu acervo. Verdadeiro sinalizador do espaço vazio deixado pela gestora sociedade elitista ao redor.


Só encontra similar na 235  Bowery St., em NYC. O New Museum também não tem acervo. As obras expostas são emprestadas a maioria e, as que compra, vende todas, dez anos depois. Para muitos, a própria sede, é a grande atração deste museu.

No MuBE, a proposta dos idealizadores do museu foi criar um espaço cultural aproveitando um espaço devoluto (para assim evitar a invasão humana). Um afastamento social, manter a distância.
"Não ultrapasse a linha amarela" do metrô. Quase todos obedecem.

Assim como o New Museum também, ele funciona às mil maravilhas. Vejam qualquer exposição mantida lá. A arquitetura foi pensada com esse objetivo único. Cultura como atrativo e limite.