segunda-feira, 6 de junho de 2016

Zeróis

Meus heróis de infância eram: David, Salomão, B. Franklin, A. Lincoln, L. da Vinci, N. Bonaparte, Rodrigo Dias de Vivar, Vasco Nuñes de Balboa, Victoriano Lorenzo, Edison, T. Roosevelt e H. Ford.

Era fácil, pois de todos sempre havia alguém que falava bem. Meu avo (uber-herói), principalmente. Suas vidas estavam nos livros de contos e história. Havia documentação (mesmo que, na época, nem imaginasse o que era: documentação). Com o tempo fui coletando mais "documentação" -informações- sobre esses "heróis".



Alguns deles não resistiram à coleta. Foram re-avaliados e cederam suas posições para outros. Edison cedeu para Tesla, por exemplo, que somente vim descobrir já entrado na adolescência. Bonaparte também, ainda que ele já vinha dando sinais desde meus primeiros contatos com história como matéria escolar. David cedeu maniqueisticamente seu lugar ao filho; Salomão. Que afinal, não foi muito melhor que o pai.


Heróis de guerra não se mantêm muito bem fora dela. O menor escrutínio mostra mossas de caráter. Uma enxurrada de gregos e romanos seguiu este caminho. Políticos, quase nenhum. Ainda que Lincoln, Roosevelt, Gandhi e Vargas se destaquem bastante.


Já na adolescência; E.A. Poe, G.B. Shaw, A. Dumas, J. Verne, O. Henry e H.G. Wells, delatam que comecei a ler... bastante. Até que tive que "pegar no batente". Deixei essas "baboseiras de moleque" pra lá, não tinha mais tempo para isso.
Mas, o tempo que podia, preferia passá-lo lendo ou escrevendo.
Ainda aprendo alguma coisa.


Via a história como isso mesmo; história. Achava que não tinha nada a ver comigo. Logo, os heróis não passavam de informação documentada. Não fariam nada mais do que já estava escrito.
Histórias...

Nunca me passou pela cabeça que EU faço parte da história. Assim como todos NÓS somos parte da história. Cada um de nós influencia -uns mais, outros menos- os acontecimentos da história. E, assim como todo dia aparece um anônimo que sai do seu caminho para fazer a coisa certa, há também aqueles que ficam imóveis, para não o fazer.
Ou, decididamente, para atrapalhar o fluxo.

Exemplos, dentre aqueles primeiros; GW. Gorgas e A. Prudente.
GW. Gorgas aproveitou toda uma estrutura para satisfazer um comando. O fez em Cuba e depois repetiu o feito no Panamá. A. Prudente, por sua parte, aproveitou o seu ambiente -sua sociedade- para atingir seu objetivo altruísta. Ambos nos legaram mudanças de hábito e trilhas a ser seguidas.
Sua documentação, em nichos diferentes, está ai, acessível e oportuna.
Fizeram do seu caminho, parte da história.
Heróis.






Escrito originalmente em 08/06/2011 e editado em 13/01/2016.