quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Do carvão ao grafeno


A tecnologia acabou mudando, não somente nosso mundo, mas, como nós mesmos nos representamos nele.

Hoje em dia somos inundados, queiramos ou não, por uma avalanche de informações de toda sorte. Ccm coberturas as mais variadas (de sons, cores e movimento). Nosso cérebro escolhe as que lhe apetecem e acaba, sem maiores problemas, ignorando todo o resto.
Ou então transformando-o em irrelevante Mesmo que não saiba exatamente o que irrelevante significa.

Não adianta correr, nem tentar se esconder, ou para parafrasear os Borg: "resistir é inútil".
Somos animais curiosos e acabamos mexendo em tudo o que encontramos ou nos chama a atenção. Nossos corpos, nosso meio-ambiente, dai a um passo curto e criamos: "civilização e cultura" (as " " de civilização e cultura, existem porque ainda as estamos criando, é um processo em andamento).

Imprimimos nossa passagem em tudo o que está a nosso alcance. Começamos deixando pegadas na lama e hoje, com os instrumentos que criamos, deixamos essa mesma pegada na nuvem. Nefelibata deixou de ser o pejorativo de alguns e virou desejo tecnológico de muitos.

O desenho e a escrita, ambos nasceram carregados de intenção.
Como, o mercado ou a situação, percebam os dois não tem importância. O desenho transformado em commodity e a escrita estar sendo relegada a pouco mais que artesanato (sem intenção de menosprezar artesanias) é somente um subproduto do excesso de tecnologia. Essa mesma tecnologia que nos aproximaria uns dos outros, e acabou por nos aprisionar num cepo.

A tecnologia, per se, carece de intenção. Sou da opinião de que, quando escrevemos e quando desenhamos, todo gesto significa. Há intenção no gesto! No traço da letra cursiva e no gesto do pincel com tinta sobre o suporte. Logo (particularmente proponho que) poderiamos - até - fazer uma leitura cruzada; histórias num quadro e paisagens numa carta, por exemplo.
O treinamento regular nestas artes nos torna melhores, não necessariamente "artistas", mas melhores.

Os pragmáticos assumiram e criaram a tecnologia para ocupar as nuvens também.
Para isso inovaram ao ponto em que o carvão cujo consumo eficaz preocupava alguns foi - temporariamente - transformado em grafeno. Que nada mais é do que uma forma mais eficaz de carvão; forma e consumo.
Digo temporariamente, pois a inovação irá alcançar esta versão e há de modificá-la, também. Assim como a tecnologia mudou do fogo para a eletricidade e tentou (como ainda tenta) desta para o átomo.

Como nos vemos nesta equação de tempo? Depende muito de quem a vê.
Somos desde imortais dependentes até incapazes... de crianças a velhos. Passando por toda uma gama de vidas e experiências que imaginamos única. A cada dia que passa fica mais evidente que somos iguais às células de um corpo muito maior. Que não aceitemos e insistamos numa "unicidade" ou individualidade é outra história. Somos iteração de fractal, quando muito. Ok, que sejamos função de 1:1,618, não nos elimina dessa iteração.
A ignorância também não é desculpa...

Hoje, qualificamos o desenvolvimento por suas vantagens percebidas sobre a concorrência. A velocidade com que a tecnologia se desenvolveu durante as últimas guerras agora foi levada a guerras particulares entre zaibatsus transnacionais. E suas primeiras batalhas são travadas em desvios de (des)informação e controle. Inovação e energia. Preprare-se para ouvir falar em curvas e flexibilidades.
E o grafeno nesta história de fadas toda?
...

Grafeno é uma organização bidimensional estável... e flexível.

(continua)

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