quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Consumo como afirmação


O consumo desenfreado, como vemos hoje em dia, nada mais é do que o reflexo da manipulação em massa da sociedade pelos artefatos da produção. O determinismo de Marx levado a extremos contemporaneos.
O consumo desenfreado é, de um lado a resposta esperada aos estímulos gerados pela máquina da produção e, de outro, um desvio -uma "maladie social"- sobre grupos e indivíduos que não conseguem diferenciar necessidade de consumismo. Consumo logo existo, se transforma num mantra popular.
Pequeno desvio: falar em consumo sem falar em produção é o mesmo que tratar da febre enquanto ignoramos ingenuamente a infecção que a provoca.

Desde os primórdios da Revolução Industrial, lá pela metade do século XVIII até os nossos dias, a produção tem tido aumentos exponenciais. Alguem tem que consumir essa produção!
Até para assim poder justificá-la!!

Os donos da produção, cegos às conseqüências, e em nome da 'inovação e desenvolvimento' oferecem a espaços curtos de tempo, produtos novos ou diferentes a uma sociedade de consumidores (leia-se: nós) pouco preparada para avaliar a real necessidade ou valor da oferta. E o esperado é que consuma!
Somos pouco mais do que variáveis em eqüações empresariais. Quem não consome é um desvio, um outlier já computado na eqüação. Um geek, um nerd, parente do ET de Varginha.

Lembremo-nos que falo de satisfação de necessidades -o que preciso (necessidade) é diferente do que quero (desejo). Ou, melhor; não são necessariamente a mesma coisa.

(tem mais... lamentávelmente)