segunda-feira, 25 de abril de 2016

Democracia como instrumento de dominação

Por esta nem os gregos, que a inventaram, esperavam!
Pax Romana versão 2.10.

Criar e impor, a um povo, um sistema de governo-gestão que, ao mesmo tempo, facilitasse e adiantasse, sua dominação por outro. Torná-los tão dependentes, social e economicamente, ao ponto de abandonarem seu sistema anterior - como antigo e ultrapassado - e, no afã da modernidade, pular etapas no seu desenvolvimento, tais que criariam condições para rasgar o tecido social e histórico inerente à sua própria cultura. Criar uma evidente polarização social traduzida em posses.
Ter ou Não-ter passa a significar muito mais e diferente.
De nus passam ao jeans, ao GAP e ao Savile, trocam estilos nômades e camelos por terraços em espigões de vidro e Rolls-Royce refrigerados.


Foram necessárias duas guerras mundiais em sequência, algumas armas de destruição em massa e outras menos populares, para criar uma potência na América. Assumiu-se que o produto americano seja melhor, quando na verdade, depois das guerras, não havia mais estrutura econômica (fábricas e gestão) na Europa ou na Ásia - no mundo, resumidamente - que fizessem concorrência ao modelo econômico norte-americano. Não houve despejo de bombas nos Estados Unidos continental, no entanto Londres, Paris, Berlim e Tóquio, foram quase destruídas à força de bombardeios inimigos.
Parte importante da Europa mal saiu da 2ª Guerra com habitantes suficientes para se recuperar do conflito!
Um continente inteiro, um novo Paraguai pós-Solano.

"Our policy is directed not against any country or doctrine but against hunger, poverty, desperation and chaos." - George C. Marshall

E isto durou até os anos 60~70. Quando as empresas europeias e asiáticas começaram a ocupar espaços (em quantidade e depois, qualidade), ainda nos seus próprios territórios. As estruturas econômicas europeias e asiáticas foram, por necessidade de sobrevivência, reerguidas. Produtos e serviços começaram a ser ofertados num mercado antes ocupado somente pelo produto americano.
Começou a concorrência, estabeleceram-se as opções de mercado. Em quase todos os mercados.
E começou a crise.


Hoje, o "American way of life" é a base de quase toda a estrutura econômica mundial. Vestimos, comemos e vivemos como os impostos padrões americanos. Mais ou menos.
Poucos deixamos de ter, e reconhecer, os mesmos objetivos descritos pela cartilha americana.

A 'América' ainda valida e certifica a aplicação do seu modelo de gestão em terras estrangeiras. Quem usar qualquer modelo diferente estará errado, será retrógrado ou aventureiro. As KPIs nascidas em inglês, hoje têm sotaque alemão ou japonês, em dialetos chineses. Apesar da brava resistência, os russos cansaram de brincar de foguetes, enfiaram a viola no saco, e aderiram ao sistema com entusiasmo. Os outros dois ou três países que ainda resistem, têm uma população de olhos ávidos nos produtos da vitrine americana. Qualquer descuido e, zap, viva o novo regime!
Veem o que vejo?

E, quando tudo mais pareça não funcionar, ainda existirá a tecnologia, capaz de influenciar e mudar ideias, pela coerção passiva e "intervenção cirúrgica", muito longe da intervenção militar.
Continuamos, querendo ou não, ligados ao 'ventre da mãe' pelo cordão umbilical digital.
Enquanto deletamos e 'whasappamos' em bm ptgs.

Mas, prestem atenção em como essa enorme e intrincada engrenagem funciona. O que ela precisa para funcionar e manter azeitados seus rolamentos. Esqueçam o que ela faz, ou como ela faz, e prestem atenção no que ela precisa para fazê-lo.

O que ela precisa...
Digital ou não.
...

Vae victis!



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sexta-feira, 22 de abril de 2016

O Admirável Novo Consumidor

Esta é uma transcrição de um artigo publicado na revista Época Negócios em 2012, que usamos para estudo de caso no curso de Logística. O Prof. Elinton Santi nos fez debruçar sobre o texto e analisar o tema.



“Brilhantismo é a nova beleza.” Parafraseando um tipo de citação muito usada na indústria da moda (grande ditadora de tendências), Henry Mason, diretor global de pesquisa da Trendwatching.com, define o que move o consumidor hoje. Para o especialista em consumo, se antes ter o melhor carro, o relógio certo ou ser o mais bonito do recinto era sinônimo de status, agora o que vale é estar mais online, ser mais “verde” ou mais inteligente. O consumidor não é mais o mesmo.

É o que a trendwatching.com chamou de "statusphere" (um trocadilho com o termo “stratosphere”, ou “estratosfera”, em português). Esta é uma das principais tendências de consumo identificadas pela consultoria, que serão apresentadas em um road show mundial, marcado para começar em São Paulo, no mês de agosto.

“Se você é uma empresa, deve saber exatamente com qual esfera quer se comunicar. Uma vez feito isso, é necessário vender algo que permita ao consumidor contar uma história sobre quem ele é”, explica Mason.

A mudança de mentalidade já começa a se refletir nas empresas. No setor automotivo, por exemplo, as marcas de luxo passaram a promover cursos de direção defensiva, conta Luciana Stein, diretora da Trendwatching.com para América Central e do Sul. Muitas vezes, para vender o produto é preciso vender antes uma experiência.

Junto e misturado
Outra tendência, antecipada pela trendwatching.com para Época Negócios, é a “bridge the gap” (algo como construindo pontes para diminuir lacunas). Segundo os pesquisadores, a sociedade está consciente de que erradicar a pobreza é algo que faz bem ao próximo e a si mesmo, já que resolve problemas sociais como a violência. Isso se traduz em iniciativas como a da marca Schincariol, com o movimento “Esse é o meu lugar”. O projeto mostra a rotina de comunidades como a Cidade de Deus e o Morro do Alemão e dá oportunidade a produtores de conteúdo de regiões menos favorecidas do Rio de Janeiro.

Generosidade corporativa? Não, estratégia comercial. Uma pesquisa recente do Data Popular mostrou que o consumo da classe D já ultrapassa o da classe B em diversos categorias de produtos como eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, itens de higiene e beleza e medicamentos.

De acordo com o instituto, apenas com eletroeletrônicos, em 2011, a classe D teve um gasto de R$ 10,9 bilhões, 25,3% a mais que a classe B. O fenômeno foi matéria de capa da última edição de Época NEGÓCIOS. Foi-se o tempo em que o luxo ditava o consumo. São as expressões da baixa renda que agora saem das novelas e invadem o dia a dia de todos (de A a E).

Caiu na rede...
Como não podia deixar de ser, a internet é outro meio que tem mudado as relações de consumo. Os casos mais emblemáticos vêm de países como o Brasil e Colômbia, nos quais foram criados aplicativos para tentar resolver, pela rede, o problema da segurança.

O APP brasileiro Agentto é gratuito e funciona como um alerta silencioso no celular, que avisa familiares e amigos se você está em uma situação de perigo. Já o site colombiano Seguridadenlinea forma um mapa no qual as pessoas podem visualizar ocorrências como roubo, homicídios, ou áreas ocupadas por grupos criminosos na cidade de Medellín.

A tendência foi chamada de “safety net” (rede de segurança, em português) pela consultoria, mas funciona também para diferentes aplicações de negócios. Na China, por exemplo, a rede de segurança foi criada para apontar restaurantes nos quais houve problemas com intoxicação alimentar.

Mas, apesar da força da internet, há um movimento de intersecção entre os mundos on e offline. Um caso que exemplifica bem esse movimento é o do supermercado britânico Tesco, que criou gôndolas virtuais em estações de metrô da Coreia, nas quais o consumidor podia usar o smartphone, apontar para a imagem e comprar os produtos. Ao chegar em casa, como mágica, a compra já havia sido entregue. O objetivo era aumentar as vendas sem ter de aumentar o número de lojas, mas o caso fez tanto sucesso que foi replicado no México pela rede Superama.

“As pessoas gostam do poder que têm no online. Mas elas também gostam do offline, porque são seres humanos. O Facebook é uma rede online, mas ele é sobre o que estamos fazendo no mundo real. Pessoas gostam de pessoas”, diz Mason.

Com 215 mil clientes no mundo, a trendwatching.com montou seu escritório no Brasil em fevereiro. Aqui, a empresa atende empresas como Pão de Açúcar, Natura, Avon, Itaú e a agência de publicidade F/Nazca. “Os clientes queriam saber sobre o Brasil e ficavam impressionados com os casos de novos negócios e tendências de consumo que vinham do país”, conta Luciana.



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Referências

Revista Época Negócios, http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2012/07/o-admiravel-novo-consumidor.html

terça-feira, 19 de abril de 2016

Reis da Criação e outras sandices

Coisas que antigamente eram ensinadas, pois para poder viver em sociedade deveríamos saber.
Ensinava-se, por exemplo: a ler, matemáticas, etiqueta, caligrafia, cultura, costura e cozinha. Coisas que eram básicas mas não eram natas. Não nascíamos sabendo como fazer... éramos ensinados.
Sabia-se que não sabíamos, portanto, precisávamos aprender como fazer. E como fazer bem.

Com o advento da tecnologia e, logo depois, a invenção da "interface intuitiva", de comandos arbitrários, econômicos e fáceis, se expandiu a noção de que poderíamos, por intuição, descobrir como fazer sozinhos. Exponha qualquer criança a um Touch-Pad e veja o que acontece.
Mais transparência = mais produtividade, certo?


Em algum momento no desenvolvimento humano, ou pelo menos no nosso, é só olhar em volta, houve uma definitiva ruptura com a natureza. Ao ponto desta ter que ser re-introduzida no nosso cotidiano, como se nós, não mais fizéssemos parte dela.
Uma inversão de fato, nós como anteriores e independentes dela.

Começamos a acreditar em sandices tipo: "Vós sois os Reis da Criação".
Bela balela marqueteira repetida ad nauseam para apacentar descuidados e tolos.
Hoje, há pessoas (me desculpem as outras pessoas) que gostam de flores, mas não admitem que as folhas das árvores caiam pois 'sujam o chão' das suas casas.
São capazes de se enternecerem quase ao choro e dar 'likes' alucinados na foto de um gato no Facebook, mas não recolhem o cocô dos seus pets na calçada dos vizinhos.
Ou pior, matam gatos (animais, sendo essencialmente socialistas, não reconhecem propriedade privada) que apareçam nos seus quintais.
Quando tenham quintais, pois temos a mania de cimentar tudo. Cimentamos como assinatura de civilização, cortamos as árvores e acabamos com a grama e o mato.
Depois nos surpreendemos com inundações ou deslizamentos anuais (nos mesmos lugares de sempre) e com pragas e epidemias (assunto para outro post).

Invadimos o espaço auditivo alheio, calando terra e pássaros, com o auxílio de deturpações tecnológicas. Em carros-altofalantes nos achamos no direito de impingir "músicas" no sossego dos outros.
Não toleramos mais o canto do galo as 04:51 da manhã, anunciando o dia, e de bom grado, calaríamos a algazarra de cigarras e dos passarinhos brincando na hora do café.
Faz quanto tempo não escuta um galo cantar? Lembra da última vez?
Ah, na cidade não pode. É Lei municipal...
Lembra dos "Reis da Criação", lá de cima?
Verbo

Nos enganamos.
Não conseguimos aprender a essência do que seja viver em sociedade. Às vezes, nem chegamos a compreender como é viver sozinhos. De forma atabalhoada e desfaçatada incomodamos e invadimos o espaço dos outros, como se fosse nosso direito de nascença.
Do intuitivo tomamos a noção errada da interface, e desta forma (errada) interagimos com coisas e outros. Afinal no "game" sempre começamos com três (3) vidas.

Ou, como bem disse Jan Gehl: "Todas as cidades no mundo têm departamentos de trânsito, mas quase nenhuma tem um departamento para pedestres e ciclistas ou para a qualidade de vida. Às vezes, tenho a impressão de que sabemos mais sobre o habitat de leões e gorilas do que o de humanos".
E, assim vamos reclamando de bicicletas e viadutos, carros e poluição, chuvas e estiagens, juízes e bandeirinhas, como se não fizéssemos parte ativa de cada uma dessas categorias.


O motivo não é de forma alguma "demonizar" a evolução nem a tecnologia.
Seria o mesmo que culpar o martelo a cada vez que acertamos nosso próprio dedo com ele.
E, tanto quanto o martelo-assassino, a tecnologia É ferramenta. Ambos têm um índice "0" de intenção (agendas particulares, ganância, gostos ou aleivosias), isso tudo fica conosco: gente!

Tanto o martelo-ferramenta, quanto a tecnologia-ferramenta aliviam e expeditam resultados. Aprender etiqueta, caligrafia, costura e cozinha requer tempo. E tempo é um bem que alguns cobrem de valor. Mas, quase ninguém sabe o que fazer com o lucro do investimento.



A mídia, solícita, nos oferece suntuoso banquete de especulações, meias verdades, factoides e análises porcas e míopes para manter-nos bovinamente hipnotizados.

Desafortunadamente, quando não conseguimos inspiração aceitamos entretenimento!






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terça-feira, 12 de abril de 2016

As diferenças entre Arquitetura da Informação (AI) e o Design da Informação (DI)

Autor: Clark MacLeod, ITRI (http://www.kelake.org/articles/id/differences.html)

Acredito que copiei o original disto de Jesse James Garrett, algum tempo atrás.

Entre os dois nomes temos diferentes preocupações. A arquitetura de informação (AI) por exemplo, lida principalmente com cognição, sobre como as pessoas processam as informações e constroem relações entre as diferentes peças de informação. O design da informação (DI), principalmente sobre a percepção, ou sobre como as pessoas traduzem o que veem e ouvem, em conhecimento.




Ambas exigem habilidades diferentes.
Os arquitetos de informação vêm de uma variedade de origens, mas acho que a maioria deles apresenta uma orientação para a linguagem. Os designers de informação, por seu lado, tendem a ser orientados em relação às artes visuais. Como resultado disso, a maioria dos designers de informação vêm exatamente de uma disciplina: Design Gráfico ou Comunicação Visual.

A arquitetura de informação pertence ao reino do abstrato, preocupando-se mais com as estruturas da mente do que com as estruturas na página ou na tela. O design de informação, no entanto, não poderia ser mais concreto, com considerações tais como cor e forma, fundamentais para o processo do design de informação.

Esteja consciente de que organização e apresentação são conceitos diferentes. Os dados só podem ser organizados segundo alguns princípios: magnitude, tempo, números,alfabeto, categoria, localização e aleatoriedade.



Magnitude, Tempo, Números e Alfabeto são todas sequências de algum tipo, que podemos usar para organizar as coisas baseados em uma característica semelhante compartilhada por todos os dados.

Categoria e localização são organizações que também usam algum aspecto inerentemente significativo dos dados em torno do qual (os dados) podem ser orientados.
Aleatoriedade é a falta de organização. É importante quando estamos tentando construir uma experiência que não seja necessariamente fácil, uma exploração ou jogo.


Importância.

Isso é bom.... mas, e daí?

A informação impressa e gráfica é agora a força motriz por trás de todas as nossas vidas. Ela não está mais confinada aos trabalhadores especializados em campos selecionados, mas impacta quase todas as pessoas através do uso generalizado da informática e da Internet. Transferências rápidas e precisas de informações podem ser uma questão de vida ou morte para muitas pessoas (um exemplo é o desastre da Challenger). 


Tenho ouvido...
"A medida em que os símbolos e gráficos afetam nossas vidas pode ser visto pelo dramático aumento nos escores de QI em todas as culturas que tenham adquirido a tecnologia da informação: nos Estados Unidos, tem havido um aumento médio de 3 pontos de QI por década nos últimos 60 anos, para um aumento total de 18 pontos de QI. Não há uma explicação biológica conhecida para este aumento e a causa mais provável é a exposição generalizada a textos, símbolos e gráficos que acompanham a vida moderna."


Preocupações básicas de negócios

"Aplicando princípios de design de informação aos documentos internos, tais como formulários, planilhas, bancos de dados e relatórios ajuda a assegurar a eficiente e eficaz coleta, tratamento e difusão de informações. Os tomadores de decisão irão se beneficiar especialmente a partir de relatórios e apresentações internas claras.

O design de informação também irá ajudar a empresa a se comunicar efetivamente com seus clientes através de seus documentos, folhetos, especificações técnicas, manuais de utilização, publicações, sites, contratos, faturas, contas, etc. Agora existe a possibilidade de personalizar muitos destes documentos, mas isso introduz uma nova gama de desafios de design. Documentos mal concebidos custam dinheiro porque eles não conseguem atingir a resposta desejada, e podem frustrar e até mesmo afastar os clientes que têm a opção de fazer compras em outro lugar." Sue Walker
Ex. Challenger e o desastre da Columbia




Criar significado

"Vivemos em uma época de escolhas, adaptando-nos a alternativas. Porque temos maior acesso à informação, muitos de nós tornaram-se mais envolvidos na pesquisa, e fazer nossas próprias decisões, em vez de confiar nos especialistas. A oportunidade é que não é tão muita informação, a catástrofe é que 99% dos que não é significativo ou compreensível. Precisamos repensar como podemos apresentar a informação porque os apetites de informação das pessoas são muito mais refinados. O sucesso em nosso mundo conectado requer que isolar a informação específica que precisa e obtê-lo para aqueles com quem trabalhamos." de Richard Saul Wurman, "Informações Ansiedade 2"

"Estamos sendo atacados por um dilúvio de dados e, a menos que criemos tempo e espaços em que refletir, vamos ficar apenas com nossas reações. Acredito fortemente no poder dos weblogs para transformar tanto os escritores e leitores de "audiência" para "público" e de "consumidor" para "Criador". Os weblogs não são uma panaceia para os efeitos incapacitantes de uma cultura saturada de mídia, mas acredito que eles sejam um antídoto."
Rebecca Blood, setembro 2000.




Dados crus são muitas vezes superabundantes. Apesar do que muitos possam dizer, eles não são a força motriz da nossa época. Trata-se, na sua maior parte, apenas dos blocos de construção nos quais a relevância será construída. Conteúdo/dados em massa tem valor limitado em seu estado bruto.

De fato, os dados são inúteis até que sejam transformados --- em seu estado bruto não têm significado e são de pouco valor, o que só contribui para a ansiedade que sentimos em nossas vidas.

A informação é o início do significado.

A informação é colocar os dados em contexto com o pensamento dada a sua organização e apresentação. Indo de dados até informação representa passar do sensorial para o conceitual.
Não significa nada até que você faça alguma coisa com ela.


Conhecimento

O que diferencia o conhecimento da informação é a complexidade das experiências necessárias para alcançá-lo. Para que um(a) aluno(a) possa ter um bom conhecimento de um tópico que ele/ela tem de ser exposto ao mesmo conjunto de dados de muitas maneiras diferentes, a partir de diferentes pontos de vista e ele/ela terá de elaborar seu/sua própria experiência da mesma. O conhecimento não pode ser transferido de uma pessoa para outra, tem que ser construído pela própria pessoa.

O design da informação é a disciplina, através da qual, criamos a transformação de dados em informações que atuam como veículo para a construção do conhecimento.

Quase qualquer organização pode ser apresentada de uma variedade de formas. Os dados textuais podem ser apresentados por escrito, visualmente ("uma imagem vale mais que mil palavras"), ou sonoros (falando ao vivo ou em gravações), ou em qualquer combinação. Muitas vezes, a apresentação em si afeta nossa compreensão tanto que podemos não compreender ou interpretar mal os dados. Ela varia desde o mundano até o fantástico, desde a facilidade de entendimento até influenciar a opinião.



Olhe para as páginas financeiras e páginas de notícias do seu jornal, seus infográficos, e seus sites favoritos. Analise como eles estão moldando sua opinião e experiência.



Meus Concidadãos
Como isto muda sua percepção? Especialmente quando confrontado com este material escrito ou visual.

Infográficos
Poynter - Visual Journalism.com

Ética da Informação - International Centre for Information Ethics

História
History in a nutshell of the field of Information Design


O design de informação baseia-se no trabalho que temos feito anteriormente no processo. Precisamos saber para quem estamos projetando e por que (qual problema estamos tentando resolver, quais ações estamos tentando facilitar, a mensagem a ser comunicada, e/ou processo que estamos tentando ativar).

Seja como parte de um processo maior em um projeto ou não - o quem, o quê, o porquê e onde, são essenciais para criar uma solução eficaz.
Muitas lições podem ser coletadas a partir de estudos de orientação e design de informação em um contexto de mundo real:

Um estudo do metrô de Taipei (MRT). ()

Sobre Ordem (http://www.kelake.org/articles/id/order.html)
"A ordem tende a reduzir a complexidade e exige a eliminação de detalhes que não se encaixem nos princípios que determinam a ordem" Arnheim (1966).

Orientação (wayfinding) não é Sinalização (signage).



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terça-feira, 5 de abril de 2016

Maniqueístas Tolos

Já escutou falar que a teoria na vida real é a outra?
Esquecemos rapidamente e, com  mesma velocidade, insistimos em aplicar toda a moral dos catecismos de sábado. Aplicamos aqueles preceitos que, de preferência, encontrem o culpado nos outros e perdoem nossos próprios pecadilhos.

As leis não passam de recomendações sutis, escritas em legalês obtuso e confuso, onde qualquer rábula de porta de cadeia encontra atalhos. Nós, outros, menos iguais, que vivemos presos na outra margem da lei, que batemos panelas ao luar e xingamos escondidos na multidão, pagamos dobrado por veículos que valem metade e pela multimilionária incompetência de gestores e políticos.

Somos bombardeados e invadidos por interpretações pessoais. Algo como: 'A Vida, segundo Mercedes Sosa'. Um exemplo ao acaso, nada contra a senhora Sosa.

O modelo atual de governo, presidencial de coalizão, demonstrou toda sua fraqueza e inutilidade prática. Os últimos anos têm sido um carrossel de aproveitadores e corruptos fantasiados de príncipes salvadores da pátria. E, se acordos e promessas não servem, sendo cada um por si, para este governo. Promessas e acordos também não hão de servir para os próximos. O que nos leva de volta ao topo deste parágrafo; o modelo de governo está errado.

Mas, preste atenção caro leitor, são os próprios políticos, atores, cúmplices e executores do modelo falho, que chamam para si, a função de trocá-lo? Ou como disse o Joaquim Carvalho: "É o povo que fala, mas quem escolhe o povo que vai falar é a política editorial da redação."

Democracia baseada em três corpos independentes e associados, vontades do povo que o elegeu e tal e coisa, são termos teóricos, quimeras, para as quais não conseguimos imaginar substituto nem atualização. Voltar ao Parlamentarismo seria a prévia do Terror francês. Revisitaríamos a história antiga por pura ignorância e chamaríamos de novidade.
Inovação e modernismo.

Dar às massas o que pede por 'inocente ignorância' não é de forma alguma, beneficiá-la. Lembram da Revolta das Vacinas no Rio? Muitos desses exaltados, que hoje pedem cabeças aos berros e encapuzados, não existiriam. Seriam índices epidemiológicos em documentos que ninguém leria.
É minha impressão que, a curiosidade gerada pelas perguntas certas não existe. Os dados estão ai, escancarados em delações e vazamentos. Mas nós, com miopia seletiva, só vemos o lado oposto de coloração e sentido.

A vida real que ansiamos, depois de assistir cada 30 segundos de doutrinação, é outra.
Mas, sempre deixe espaço para milagres.
...
Nunca se sabe.




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