quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Sobre Tipos de Governo

Definições de Tipos de Governo
Porque, as vezes parece, que confundimos coisas e os conceitos. Uma ajuda para lembrar do que falamos.

1. Comunismo:
 * Um sistema socioeconômico e político que visa estabelecer uma sociedade sem classes, sem Estado e sem propriedade privada dos meios de produção.
 * A produção e a distribuição de bens são organizadas de acordo com a necessidade e a capacidade de cada indivíduo, com o objetivo de alcançar a igualdade social e econômica completa.
 * Na prática, o comunismo geralmente se manifestou como um sistema de partido único, com forte controle estatal sobre a economia e a sociedade.

2. Marxismo:
 * Uma teoria socioeconômica e política desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels.
 * O marxismo analisa a história através da luta de classes e prevê a inevitabilidade da revolução proletária, que levaria ao comunismo.
 * Ele enfatiza a importância da propriedade coletiva dos meios de produção e da abolição da exploração capitalista.

3. Corporativismo:
 * Um sistema político e econômico em que o Estado organiza a sociedade em corporações ou grupos de interesse representando diferentes setores da economia (trabalhadores, empregadores, profissionais, etc.).
 * O Estado atua como mediador entre esses grupos, buscando harmonizar seus interesses e alcançar a estabilidade social.
 * O corporativismo geralmente se opõe tanto ao liberalismo econômico quanto ao socialismo.

4. Socialismo:
 * Um sistema socioeconômico e político que defende a propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e a distribuição de bens e serviços de acordo com a contribuição de cada indivíduo.
 * O socialismo busca reduzir a desigualdade social e promover a justiça social através da intervenção estatal na economia.
 * Existem diferentes vertentes do socialismo, como o socialismo democrático, o socialismo revolucionário e o socialismo de mercado.

5. Democracia:
 * Um sistema político em que o poder é exercido pelo povo, seja diretamente ou através de representantes eleitos.
 * A democracia se baseia em princípios como a liberdade individual, a igualdade política, o Estado de direito e a participação cidadã.
 * Existem diferentes formas de democracia, como a democracia representativa, a democracia direta e a democracia participativa.

6. Anarquia:
 * Uma filosofia política que rejeita todas as formas de governo e hierarquia, defendendo a liberdade individual e a autogestão da sociedade.
 * Os anarquistas acreditam que a sociedade pode funcionar sem a necessidade de um Estado ou de leis impostas, através da cooperação voluntária e da solidariedade.
 * Existem diferentes vertentes do anarquismo, como o anarcocomunismo, o anarcossindicalismo e o anarcocapitalismo.
É importante notar que:
 * Estes são apenas breves resumos de conceitos complexos e que existem diferentes interpretações e variações dentro de cada um deles.
 * Na prática, muitos sistemas políticos e econômicos são híbridos, combinando elementos de diferentes ideologias.

7. Liberalismo econômico 
 * O liberalismo econômico é uma doutrina econômica que defende a mínima intervenção do Estado na economia, priorizando a liberdade individual e a livre concorrência. Seus principais princípios incluem:
 * Livre Mercado: A crença de que a economia deve funcionar com base na oferta e demanda, sem interferência governamental na fixação de preços ou na produção.
 * Livre Iniciativa: A liberdade de indivíduos e empresas de empreender, investir e produzir sem restrições excessivas do Estado.
 * Propriedade Privada: O direito dos indivíduos de possuir e controlar bens e recursos, incluindo empresas e terras.
 * Livre Concorrência: A competição entre empresas no mercado, que teoricamente leva à inovação, eficiência e melhores preços para os consumidores.
 * Livre Comércio: A defesa da redução ou eliminação de barreiras comerciais entre países, como tarifas e quotas de importação.

O liberalismo econômico teve grande influência no desenvolvimento do capitalismo e na formação de muitas economias modernas. Seus defensores argumentam que ele promove o crescimento econômico, a inovação e a prosperidade. No entanto, seus críticos apontam para problemas como desigualdade social, concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos, e a falta de proteção para trabalhadores e o meio ambiente.

8. "Ditadura Militar" e "Ditadura Civil"
Ambos se referem a regimes autoritários onde o poder é concentrado e as liberdades individuais são suprimidas. No entanto, existem diferenças importantes entre eles:

Ditadura Militar:
 * Quem detém o poder: As Forças Armadas controlam diretamente o governo, muitas vezes por meio de um golpe de Estado.
 * Como se mantém no poder: Uso da força militar, repressão, censura e suspensão de direitos civis.
 * Características: Hierarquia militar rígida, frequente estado de emergência, e foco na segurança nacional como justificativa para suas ações.

 * Exemplos: Brasil (1964-1985), Chile (1973-1990), Argentina (1976-1983).

Ditadura Civil (o que é isto?):
 * Quem detém o poder: Um líder civil ou um partido político, sem ligação direta com as Forças Armadas.
 * Como se mantém no poder: Culto à personalidade, propaganda, manipulação das eleições, e repressão seletiva a opositores.
 * Características: Pode haver fachada de democracia, com instituições como parlamento e eleições, mas estas são controladas pelo ditador.

Ditadura Civil-Militar (gente, isto existe?):
Alguns estudiosos argumentam que a ditadura brasileira (1964-1985) foi, na verdade, uma ditadura civil-militar. Isso porque, apesar do comando das Forças Armadas, houve forte participação de civis no regime, como políticos, empresários e tecnocratas, que legitimaram e sustentaram a ditadura. A maioria, não. 

Resumindo:
Ambas as formas de ditadura são regimes autoritários que negam liberdades individuais e direitos políticos. A principal diferença reside em quem exerce o poder: os militares diretamente, ou civis com ou sem apoio militar. Apesar destes ser a base de tudo.

É importante lembrar que estas definições não são absolutas e podem haver nuances e casos híbridos.



sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Barbosa e Barbosa

Às vêzes posso discordar, nem preciso anuir sempre, mas desta vez sou voto vencido. Sinto a mesma vergonha de um e a ira impaciente do outro. Mesmo que o poema seja de Cleide Canton com citação ao Rui no final.
Leia com atenção. Demore-se na leitura, comente e, se acreditar que merece mesmo... compartilhe como eu acabo de fazer.


Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte deste povo,
por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia, pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez
no julgamento da verdade, a negligência com a família,
célula-Mater da sociedade, a demasiada preocupação
com o 'eu' feliz a qualquer custo, buscando a tal 'felicidade'
em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido, a tantos 'floreios' para justificar
atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição
de sempre 'contestar', voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra,
das minhas desilusões e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor ou enrolar o meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

'De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto'.

(Rui Barbosa - 1918)


Manifestação de Ministro Joaquim B, após o julgamento:
"Não é a política que faz o candidato virar ladrão, é o seu voto que faz o ladrão virar político".


terça-feira, 18 de junho de 2024

1-2-3

Recentemente temos sido invadidos por noticias, comentários, análises e visualizações de acontecimentos mundiais que, nos deveriam levar a ver, a pensar e fazer as coisas diferentes. 
Um novo normal, por assim dizer.

Há guerras, desastres, inundações e epidemias para todos os gostos e de
várias colorações. Todas com uma nota comum, nós estamos ligados a todas elas, de uma ou outra forma. Se isto fosse um romance policial, nós todos, seríamos o suspeito perfeito. Vítimas ou algozes. A não ser que um raio nos atingisse, um vulcão explodisse sob nossos pés ou massas continentais se movessem, criando montanhas intransponíveis, o culpado em ambas situações - lamento informar - somos nós mesmos.
Desculpe-me caro leitor, não é pessimismo nem depressão. Só um alinhavado de causas e consequências simples.

Não foi o S. Jobs quem disse: "deem os serviços complicados aos preguiçosos, eles encontrarão a forma mais fácil de fazê-lo"? Simplifique os serviços, que os preguiçosos virão, como moscas à carniça.
Simples, não?

Vejamos cada item mencionado na introdução, no fore play digamos:
Temos guerras. Rússia vs Ucrânia, Israel vs Palestina, Estados Unidos vs China, Coreia do Norte vs Coreia do Sul, Estados Unidos vs resto do mundo. Genocídios na Armênia e em Gaza. O Sudão e o Congo sendo o Congo de sempre.

Temos desastres. Terremotos na Turquia, terremoto na Coreia, terremoto no México, terremoto na Argentina, furacões no meio-oeste dos Estados Unidos, calores extremos no México, na Ásia Central e secas no norte do Brasil e partes da África. 
Temos inundações na Bélgica, na Itália, Espanha, no Rio Grande do sul no Brasil.

E, também temos, as epidemias. Tivemos covid19 e chicungunha, agora andamos às voltas com a dengue.
Temos que revisar e corrigir os índices de incidência e mortalidade de muitas patologias que nos afligem para identificarmos o que procurar (patógenos e medicamentos).
"Vamos por partes", disse Jack the Ripper, se não, não acabo.

Veja como, vítimas ou algozes, dizia eu (qual Unamuno), somos personagem ou coro dessas peças todas.
Pois bem.
Simplifique todas elas à sua essência primordial.
Sim, sei que parece impossível, mas lembremos que isto é um exercício de imaginação. Sem certo ou errados, acimas e abaixos. Liberte-se de constrangimentos sociais e seja feliz. Aprenderemos pelo caminho. Sigam-me...

Deixemos as guerras de lado como desinteligências entre vizinhos ou parentes. Os desastres, como somatórias de eventos matematicamente calculados. E as epidemias como "viu, falei que ia dar merda!" Continuamos a nos esforçar para encontrar a forma certa de fazer o errado. Ou não?

Peguemos inundações.
Inundações sim, porque últimamente são o que mais vemos e ouvimos na TV enquanto remamos de um bairro ao outro. Assim, ninguém pode dizer que não sabia ou que nunca viu.
A inundação do Rio Grande do Sul aconteceu, a partir do dia 28 de abril de 2024, uma sexta-feira. Enquanto São Paulo enfrentava um caldeirão de calor, lá chovia entre 500 a 700 mm. O equivalente a um terço da media historica do esperado para o ano todo.
Um chuvão e tanto!
Foi tanta chuva que os gatos, os cachorros e um cavalo (Caramelo) subiram ao telhado. Bem, mais de um. Teve um que chegou ao 3° andar dum prédio. 
Houve, em várias cidades do estado, 172 mortos (até agora). 572.7 mil desalojados*.
Mas, por quê dessa chuva toda? Por quê da inundação? La Niña fazendo birras na América do Sul?
Com toda nossa avançada ciência e tecnologias, esquecemos de prestar atenção ao nosso redor. 

Eles nunca tinham sido inundados antes? Sim, já houve grandes inundações em RGS, em 1941. E fizeram várias comportas para evitar novas surpresas. 
Mas convenhamos que "amostra grátis de Dilúvio" não é surpresa, é desastre.
Escrito em maiusculas!
As comportas não abriram, não cederam. As águas passaram por cima como se elas não existissem. Das casas só dava para ver os telhados. Os gatos, os cachorros e os cavalos em pé, sobre eles. E os botes e as motos aquáticas indo e vindo.
As chuvas também.

Esqueçamos os mapas de relevo da região. Ninguém lembrou deles na hora de ocupar o solo. Nem da vazão dos rios e corpos d'água. Ou das matas ciliares e adjuntas. E tudo o que a somatória delas modifica.
O homem, como capaz de modificar seu ambiente, como o Rei da Criação, o modifica.
E quem não gostar, que se mude.
Como já disse o filósofo Garrincha: "esquecemos de combinar co'os russo".

Somos parte (pequena) de um sistema complexo e aberto, onde toda rodinha dentada move um rodão.
Podemos continuar medindo tudo à nossa altura, mas lembremos: comparados com a natureza, que pouco conhecemos, somos menores que quanta.
Ela É... T-O-D-O.

Simples assim, ou ainda precisa um desenho.




* Segundo dados do IPH da UFRGS.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Somos T-O-D-O-S animais

Somos T-O-D-O-S animais.
Como poderíamos definir como "animal feroz", um leão que admira num urro, o por de sol nos campos do Serengueti recém molhado pela chuva, enquanto sua garra oprime a garganta de uma jovem gazela de Thompson prenhe.


E, no entanto, definir como "civilizado", um sujeito que controla, da sua sala climatizada, a kilometros de distância, um drone que lançou bombas de fragmentação sobre acampamentos de refugiados civis em zona neutra.
Enquanto escutava motivos de Scarlatti, o filho.
Qual dos dois menos animal?
Ou mais?


A Terra (3° planeta do Sistema Sol) continua sendo um lugar caótico e muito perigoso.

terça-feira, 19 de março de 2024

O Rei continúa nú!

Nem que chova SuperBonder dos céus, seremos capazes de juntar-nos, como um só povo, por um desejo comum. Cada um de nós tem uma versão muito particular de ganância.

E Lula gritou: "o Rei está nú!" e virou um pandemônio global.
Que falta de respeito do Sr. Lula para com Israel. Só porque estão numa campanha especial de exterminio do povo palestino, em terras palestinas.
É um despropósito, uma falta de respeito para com a história do povo judaico (sic).
Lembremos do "Lebensraum" de Ratzel (1901).

Esquecemos, e alguns comentaristas seguidores de ideologías fingem não saber, que o liberalismo econômico nos obriga a perceber além do maniqueísmo, do 100% certo ou errado. E nos posicionar de acordo. 
Como país, livre e soberano, capaz de termos nossos próprio limites e empatias.
Em varios graus.

Insistir na visão submissa (de viralatismo terceiromundista) e colonial de quem tem poder, tem razão, pelo simples fato de ter poder.
E se autodeclarar: civilizado. (!)

Intimoratos, qualquer voz que se alce contrária à doutrina impingida em voga, será - terá de ser - errada, incorreta, ridícula.
 

"O Rei está nú!" do Sr. Lula da Silva, Presidente eleito da República Federativa do Brasil, pela repercussão obtida virou um grito de basta pacífico, sem ameaças de agressão ou morte. Comparar os ataques-repostas de Israel na Palestina (principalmente na faixa de Gaza, desejada pelo estado judeu desde 1949) com os ataques aos judeus indefesos da europa pelos nazistas na Segunda Guerra chega a ser uma imagem básica, comum a todos nós. Afinal, quem ai não assistiu um filme ou documentário da 2a. guerra até hoje?


"Genocídio: extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso". Independente de ser promovido por Gengis Khan, Hitler, Pol Pot, Netanyahu ou quem quer que seja o maluco da vez.

A imprensa corporativa reclamar, nas redes, que o Holocausto é privativo do povo judeu, e que o sr. Lula da Silva não tem repertório para fazer tal comparação, é aumentar o fato e diminuir, ao mesmo tempo, não somente o Sr. Lula, mas T-O-D-O-S nós.
Humanos.

Israel está errado e errando, tanto quanto a Alemanha esteve e fez.


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segunda-feira, 11 de março de 2024

Lula estava certo

O Lula estava certo.
À primeira vista parecia mais um faux pás de um ex-líder sindicalista, mas pare um pouco... e pense no assunto.
'Die Gedanken sind frei', diz a velha música alemã. 
Pense mais...

Lula disse que: "A Ucrânia e a Rússia são culpados pela guerra. E que, tanto os EUA quanto a Europa, tem culpa no conflito também". (Mais ou menos isso)
Pronto, foi o suficiente para malhar o presidente Lula como Judas em sábado de aleluia. A gritaria subiu aos céus de todos os lados. Analistas, comentaristas políticos e econômicos, jornalistas, pastores e 'empresários' todos. T-O-D-O-S.
Até a cigana da leitura das mãos na Praça da Sé comentou: "Lula da Silva errou novamente".

Vejamos novamente o que realmente o presidente Lula disse. 
Resumindo: os estados europeus históricamente não aceitam a Rússia como um estado europeu. Rússia ficaria assim perdida geograficamente entre a europa e a Ásia, mesmo não sendo nem uma nem outra. Rússia foi, desde antes do fim da 2a. guerra, um estado totalitário e comunista. Cresceu com esse ambiente de coisas. A Ucrânia era, até bem recentemente, um dos estados da confederação russa. Cresceu nesse ambiente de coisas.
Hoje ela está armada com todo tipo de armas sovieticas e ocidentais.
E quer mais.

Enquanto houverem ataques soviéticos, os Estados Unidos farão de tudo um pouco para manter o conflito ativo e os russos ocupados.
Na verdade, é um jogo de xadrez, cada qual usando mais do que as 16 peças originais por competidor. 

A OTAN (leia-se EUA) flertando com a Ucrânia e os Países Nórdicos, ao mesmo tempo, era uma isca que a Rússia não poderia deixar passar. O conflito era de se esperar. A organização atlântica fechava as portas da Europa para a Rússia, de vez.
Qualquer idio... comentarista da Globo com metade dos poderes da Mãe Dinah poderia prever. Comentam, e os dedos escondidos dos EUA, por detrás disso tudo, tornam-se invisíveis novamente.
Inocentes criaturas como sempre.

Estão querendo Cubanizar a Rússia! Golpe de mestre a la Redford & Newman digitais.
Presta atenção, criatura!
Ou como diz a velha canção americana: "we did it once before and we're gonna do it again!"
Só esqueceram que é o gás russo que, entre outras coisas, aquece os invernos europeus. Os próprios europeus esqueceram, não pensaram, aquecidos pelos aboios dos americanos. A China comprou um monte de gás russo a preço de banana (lá da China, porque aqui tá caro). A Índia também. Pergunto: por quê o Brasil não comprou também? Hmm... por quê?

Lembremos que Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul formam o core dos BRICS.
O Luis Inácio não era o presidente na época. Também, à época, ninguém fez estardalhaço porque o poltrão Bolsonaro não acertou. Por quê?

Os ucranianos apostaram que os russos não peitariam os americanos. E que estes, e a OTAN, os protegeriam.
Deu no que deu.
Os russos, por sua parte, apostaram numa guerra rápida, fácil. Afinal eles tinham armado a Ucrânia, conheciam o poder das suas forças. Não contavam nem com seu Pacto, nem com que os americanos conseguissem trazer meia Europa para um conflito local, diria até, particular.
Deu no que deu.

Num contrassenso, tentaram seducir o Brasil a entrar (sim, o efeito seria esse e maior) no conflito, cedendo armamentos para Ucrânia. Torre avança.

Lula negou.
Fez bem, houve estardalhaço. Vai entender...
Se o Brasil cedesse, os americanos, além de armas, conseguiriam enfiar uma cunha no BRICS, enfraquecendo o conjunto.
Peão do Rei se move três casas.

Traríamos para casa, fantasiado de participação mundial, um problema que além de não ser nosso, enfraqueceria nossas relações comerciais e diplomáticas com sócios importantes. Lembre-se: "Timeo danaos et dona ferentes" (Laocoonte).