Escrever a mão; cursivo ou bloco, é uma arte que não terminamos de aprender nunca.
O treinamento se faz no gerúndio diário e os elementos biológicos - pois mesmo para escrever no ar, precisamos usar certas partes específicas do corpo - em conjunto, são usados como em nenhuma outra ferramenta.
A visão altamente compartamentalizada do burrocrata (sic) idealizador desta lei, me parece a culpada pelo seu engendramento. Se fosse traduzir a termos chulos, diria que: "é um verdadeiro tiro no pé!"
Se não, vejamos:
Somente na literatura acadêmica há toneladas de material que conseguem contradizer esta proposta. Historicamente então, nos perderíamos na montanha de documentos... escritos a mão! O simples fato de existirem bem antes, e durante, a criação e evolução tecnológica, se é que usou este argumento para validá-la, deveria ser suficiente para poder inferir sua importância nos processos criativos. A leitura segmental, ou a falta e escamoteamento dela (da leitura) como um todo, seria outro argumento.
E contudo, não se enxerga o bosque porque as árvores atrapalham... escritos.
Tirar das crianças em idade de alfabetização esta ferramenta que irão usar para sempre e que lhes libertará um potencial inesgotável de inovações, sim, inovações(!), é um crime. Um crime que somente um cego, inepto, sem visão de futuro pode cometer impunemente.
Vejam que nem toquei nos cursos nem nos cadernos e exercícios, de caligrafia, aqueles entes em extinção senão já extintos e estes dos quais ninguém mais se lembra.
Me volto às inovações que, por não existirem precisam ser "desenhadas", a mão, a lápis, no cursivo! Mas, dirão: "existem ferramentas tecnológicas que fazem isso muito melhor". Por enquanto, e até agora (ou me mostrem o contrário): pensar, pensamos melhor nas nossas cabeças. E há uma satisfação atávica ao ver o que desenvolvemos surgir à nossa frente, das nossas mãos, produto da nossa intenção gestual.
Pelo menos, me sinto assim. É tão bom que acredito que compartilho com meus semelhantes a mesma sensação.
Escrever um texto, desenhar um projeto, analisar processos de passos complexos... não importa o difícil, nem o tempo. O resultado, mesmo que com falhas aqui e acolá, nos dará o mesmo orgulho que uma vez sentimos ao descobrir que aquela sequência de símbolos contidas dentro do grafite infantil vinha cheia de significados. Ao aprender a ler e escrever somos introduzidos à humanidade, como se nascidos novamente.
O fato simples e corriqueiro ato de escrever anotações em aula te faz lembrar e entender melhor o exposto.
Eu disse escrever, não digitar.
No cursivo, mudamos o estilo, a inclinação, as curvas. E todo um novo pensar se forma. Mas, mude o QWERTY de lugar e teremos que re-aprender a digitar do mesmo modo. E, lamentavelmente continuaremos pensando mecanicamente igual.
Dê um lápis na mão de uma criança em idade escolar e ela saberá o que fazer com ele de imediato. Uma caixa de lápis de cor então, povoará seus sonhos e imaginação por uma vida inteira.
Quem não se lembra dos seus primeiros desenhos? Tenho vívidas memórias de alguns dos meus. Até já comentei neste blog.
Notou também como as imagens desenhadas e o imaginário infantil parecem ter os mesmos sinais e símbolos para as mesmas coisas? Nascemos pintores e ilustradores, já com um repertório básico comum a todos! Aos poucos, vamos envelhecendo, aprendendo a "ser sérios" e esquecendo como se (vive)desenha.
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O treinamento se faz no gerúndio diário e os elementos biológicos - pois mesmo para escrever no ar, precisamos usar certas partes específicas do corpo - em conjunto, são usados como em nenhuma outra ferramenta.
A visão altamente compartamentalizada do burrocrata (sic) idealizador desta lei, me parece a culpada pelo seu engendramento. Se fosse traduzir a termos chulos, diria que: "é um verdadeiro tiro no pé!"
Se não, vejamos:
Somente na literatura acadêmica há toneladas de material que conseguem contradizer esta proposta. Historicamente então, nos perderíamos na montanha de documentos... escritos a mão! O simples fato de existirem bem antes, e durante, a criação e evolução tecnológica, se é que usou este argumento para validá-la, deveria ser suficiente para poder inferir sua importância nos processos criativos. A leitura segmental, ou a falta e escamoteamento dela (da leitura) como um todo, seria outro argumento.
E contudo, não se enxerga o bosque porque as árvores atrapalham... escritos.
Tirar das crianças em idade de alfabetização esta ferramenta que irão usar para sempre e que lhes libertará um potencial inesgotável de inovações, sim, inovações(!), é um crime. Um crime que somente um cego, inepto, sem visão de futuro pode cometer impunemente.
Vejam que nem toquei nos cursos nem nos cadernos e exercícios, de caligrafia, aqueles entes em extinção senão já extintos e estes dos quais ninguém mais se lembra.
Me volto às inovações que, por não existirem precisam ser "desenhadas", a mão, a lápis, no cursivo! Mas, dirão: "existem ferramentas tecnológicas que fazem isso muito melhor". Por enquanto, e até agora (ou me mostrem o contrário): pensar, pensamos melhor nas nossas cabeças. E há uma satisfação atávica ao ver o que desenvolvemos surgir à nossa frente, das nossas mãos, produto da nossa intenção gestual.
Pelo menos, me sinto assim. É tão bom que acredito que compartilho com meus semelhantes a mesma sensação.
Escrever um texto, desenhar um projeto, analisar processos de passos complexos... não importa o difícil, nem o tempo. O resultado, mesmo que com falhas aqui e acolá, nos dará o mesmo orgulho que uma vez sentimos ao descobrir que aquela sequência de símbolos contidas dentro do grafite infantil vinha cheia de significados. Ao aprender a ler e escrever somos introduzidos à humanidade, como se nascidos novamente.
O fato simples e corriqueiro ato de escrever anotações em aula te faz lembrar e entender melhor o exposto.
Eu disse escrever, não digitar.
No cursivo, mudamos o estilo, a inclinação, as curvas. E todo um novo pensar se forma. Mas, mude o QWERTY de lugar e teremos que re-aprender a digitar do mesmo modo. E, lamentavelmente continuaremos pensando mecanicamente igual.
Dê um lápis na mão de uma criança em idade escolar e ela saberá o que fazer com ele de imediato. Uma caixa de lápis de cor então, povoará seus sonhos e imaginação por uma vida inteira.
Quem não se lembra dos seus primeiros desenhos? Tenho vívidas memórias de alguns dos meus. Até já comentei neste blog.
Notou também como as imagens desenhadas e o imaginário infantil parecem ter os mesmos sinais e símbolos para as mesmas coisas? Nascemos pintores e ilustradores, já com um repertório básico comum a todos! Aos poucos, vamos envelhecendo, aprendendo a "ser sérios" e esquecendo como se (vive)desenha.
Nota
Todas as ilustrações deste post são meus originais (a mão livre), ainda na faculdade em 1979. A matéria era, se não me engano: "Desenvolvimento de Projeto"._____________________________
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