terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Flashmobs II

Faz algum tempo, um dos meus professores (N.Troiano) demorava uma aula inteira para explicar porque algumas leis tinham sido criadas da forma que o foram, para preservar os direitos particulares e evitar os abusos de algumas alas, digamos "mais afoitas" dos governos que tínhamos. Isso na época em que ainda esperávamos o bolo crescer para depois poder dividir, lembra?
E como tudo era bom.

As tais leis começaram a funcionar tão bem, mas tão bem, que hoje em dia, mesmo quem tenha culpa(s) no cartório -deste ou daquele lado- é preso, é solto, é preso novamente e solto novamente, num movimento só comparável ao das marés e alguns ventos.
Multas ridículas sem nenhuma devolução do produto do ilícito. Responsabilidades pífias e interpretações amadoras do que seja lei, direito ou justiça e humanidade. Transformou-se a jurisprudência num karaokê diletante e descompassado de números e epígrafes sem sentido.
E já não era tão bom assim.

Aí vem meu amigo Tadeu e me brinda com o seguinte recorte:
“Direitos Humanos - uma proposta genial”.
A Folha de SP, hoje, publica carta minha, onde ironizo os "baluartes" dos direitos humanos. Agora, com o morticínio de presos no Maranhão, jornalistas e intelectuais "engajados" escrevem e opinam copiosamente sobre a questão carcerária e os direitos fundamentais. São como urubus, não podem ver uma carniça.
Quando eu era juiz da infância e juventude em Montes Claros, norte de Minas Gerais, em 1993, não havia instituição adequada para acolher menores infratores. Havia uma quadrilha de três adolescentes praticando reiterados assaltos. A polícia prendia, eu tinha de soltá-los. Depois da enésima reincidência, valendo-me de um precedente do Superior Tribunal de Justiça, determinei o recolhimento dos "pequenos" assaltantes à cadeia pública, em cela separada dos presos maiores.
Recebi a visita de uma comitiva de defensores dos direitos humanos (por coincidência, três militantes). Exigiam que eu liberasse os menores. Neguei. Ameaçaram denunciar-me à imprensa nacional, à corregedoria de justiça e até à ONU. Eu retruquei para não irem tão longe, tinha solução. Chamei o escrivão e ordenei a lavratura de três termos de guarda: cada qual levaria um dos menores preso para casa, com toda a responsabilidade delegada pelo juiz.
Pernas para que te quero! Mal se despediram e saíram correndo do fórum. Não me denunciaram a entidade alguma, não ficaram com os menores, não me "honraram" mais com suas visitas e... os menores ficaram presos.
É assim que funciona a "esquerda caviar".
Abs.
Rogério

Folha de São Paulo, 10 de janeiro de 2014, Painel do Leitor
Direitos humanos
"Tenho uma sugestão ao professor Paulo Sérgio Pinheiro, ao jornalista Janio de Freitas, à ministra Maria do Rosário e a outros tantos admiráveis defensores dos direitos humanos no Brasil. Criemos o programa social "Adote um Preso". Cada cidadão aderente levaria para casa um preso carente de direitos humanos. Os benfeitores ficariam de bem com suas consciências e ajudariam, filantropicamente, a solucionar o problema carcerário do país. Sem desconto no Imposto de Renda.
"ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador (Belo Horizonte, MG)".

"Homem primata, capitalismo selvagem" (sic)

Isto tudo acompanhado por "Rolezinhos" e "Black Blocks' (é isso?). Num outro dos emocionantes capítulos da série: "Não tenho nada o que fazer num país onde não há nada feito". Não basta a inclusão digital, temos que ter a inclusão crimi... digo; social. Com molhos socio-politizantes daqueles mesmos grupos que defenderam ferrenhamente a criação das leis acima mencionadas.
Leniente (adj. 2 g. s.m.), não faz parte do seu vocabulário, não. Equilíbrio (s.m.), também não.
Mas, enfim...

A cambada de militontos, digo: militantes como o indivíduo captado na foto, outro primata, a trolar contra o "capitalismo selvagem" sem a menor agenda (hein?) ou compromisso além do primário hedonismo do ser e estar trolando, digo rolando com a galera.
E aí, perdoem-me o latim,  fudeu de vez!

Não acredito que ninguem sairá lendo G.Sharp como faz alguns anos havia prosélitos alambicados carregando o "Livro vermelho" do camarada Mao apertado escondido, no casaco. Era mais pela "sensação do desvio padrão" do que propriamente por entender patavinas do que nele estava impresso e suas consequências sociais.


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