quarta-feira, 17 de junho de 2015

A Nova Hipocrisia

(aprés Pondé)

Na época das vacas gordas, todos votamos no PT.
Cantávamos loas e saíamos com ramos. "Nunca estivemos tão bem!", enquanto apanhavamos o maná dos céus.
E ficamos descuidados, indolentes, insolentes.
O que fazer, somos assim.

Contudo, na hora de assumirmos as rédeas de nossa própria vida, vemos que, ao igual que naquela antiga cidade árabe de "Dámascusta"; as coisas não são tão bem assim.
E aí, meu amigo, xingamos insolentes e vaiamos escondidos na multidão, conclamamos passeatas, batemos panelas, queimamos ônibus, depredamos edifícios e monumentos à história e ao país.

A fila nos aeroportos nunca foi tão grande.
Nas férias.
Desejamos ir todos a Miami, meca das compras e da civilização. Pois a culpa sempre é de outros, nós somos as vítimas. "Eles fizeram tudo de errado, que se virem!" Enquanto erramos no troco, furamos a fila, e fazemos do levar vantagem um estilo de vida kosher.

De forma alguma estou defendendo o PT, como partido é tão falho e ladino quanto qualquer um de todos os outros. É composto pelo mesmo estofo e tem demonstrado o mesmo discurso proselitista. A ideia, como quase qualquer outro ideal, é boa. A execução... depende da soma de todas as vontades e de uma identidade que recuperamos temporariamente durante o Carnaval e já até perdemos (7x1) no futebol.
Antes sabíamos o valor, hoje discute-se o preço.
Algo sobre o qual não temos mais quase nenhum controle. "Depende de coisas que também não controlamos..." disseram em entrevista recentemente.

Descamisados, sairemos a caçar ursos, da mesma forma que já saímos antes à caça dos marajás, e o resultado será exatamente o mesmo. Os mesmos "Salvadores da Pátria" de sempre, se oferecerão vestais, para o posto na rampa.


E a culpa não será mais nossa.

2 comentários:

  1. ConcordO! Vivemos um ciclo sem fim pq somos um povo de memória curta, creio eu. Ou pior, temos memoria seletiva

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    1. Quanto à memória, há controvérsias, minha cara Thaís. Ainda lembramos muito bem de marchinhas dos anos 20 e 30. Todo mundo as canta. O problema é, definitivamente, outro.

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