Crescí numa família que lidava diariamente com médicos e hospitais. Pelo menos o lado da família de nossa mãe (do lado do meu pai não eram estóicos, mas pacientes), casualmente os parentes com os quais conviviamos. Desde crianças, nada mais normal estarmos acostumados a andar pelos corredores de hospitais, ao cheiro de álcool e àquele ambiente pulcro e silencioso. As pessoas que trabalhavam nesses lugares deviam ser de uma inteligência acima do normal do resto de nós mortais. Eram especiais.
Aos meus olhos -naquele maniqueísmo infantil- eram perfeitos!
Sem desvios, erros ou falhas, não se equivocavam nunca!
Essa imagem foi destruida de uma única vez... sem replicas. Um descuido, um engano de protocolo seguido à risca, sem verificações, e um resultado contrário ao esperado foram suficientes. Um manômetro funcionante difícilmente mudaria o resultado daquele tratamento.
Comecei a ver os erros, prestar mais atenção nos movimentos, nas ações, nos vincos dos rostos.
Surpresa e desencanto totais; não conseguía entender a imagem no espelho que via.
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Aos meus olhos -naquele maniqueísmo infantil- eram perfeitos!
Sem desvios, erros ou falhas, não se equivocavam nunca!
Essa imagem foi destruida de uma única vez... sem replicas. Um descuido, um engano de protocolo seguido à risca, sem verificações, e um resultado contrário ao esperado foram suficientes. Um manômetro funcionante difícilmente mudaria o resultado daquele tratamento.
Comecei a ver os erros, prestar mais atenção nos movimentos, nas ações, nos vincos dos rostos.
Surpresa e desencanto totais; não conseguía entender a imagem no espelho que via.
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