quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A distopia da aceleração está a caminho?

A exceção, a ruptura e a aceleração
A exceção afirma que "tudo vai voltar a ser como antes assim que o vírus passar". Esqueceram de combinar com o vírus. Como sempre, demos um jeito de abrir a Caixa de Pandora, de novo. Conseguimos alinhar elementos e situações tais que expomos a humanidade ao ataque viral. Não se engane, esse vírus veio para ficar. Teremos que acostumarnos à incômoda convivência. E as mudanças de rotina que esta convivência nos brindará. Sim, a fluidez da humanidade nos oferecerá opções. Saber escolher será um pouco mais complicado. Esta não é a primeira e nem será a última pandemia. Basta lembrar. Somos capazes de extinguir espécies inteiras, mas não entendemos nossa própria mortalidade? A exceção, senhores, poderá ser a nova regra. E, nem Guedes ou qualquer um dos palhaços, está no comando ou entende o que está por acontecer.
A Ruptura
Entendamos, de uma vez por todas; esta pandemia é disruptiva! E crônica.
Nos obrigou, como raça (menschen) a parar, interromper o 'normal'. O mundo e a natureza penhorada, agradeceram. Demos uma trégua ao planeta. Fomos mundialmente recolhidos, nem a tecnologia nos salvou. Mal conhecemos, e muito menos aceitamos uma Economia do Conhecimento (como as propostas pelos professores Mangabeira-Unger, Castells, DeMassi e outros poucos). Ela nos assusta por não se encaixar nos padrões do Século XVII, das Revoluções Industriais, das Revoluções do Capital.
Quando a ânsia pelo lucro atomizou a produção, surgiram as condições certas para a fluidez de Bauman e a economia do conhecimento de Mangabeira-Unger. Até hoje são aceitas como, pouco mais que, teorías acadêmicas. Uma reinvenção do ângulo de 35°, sem a função de plano inclinado. A mera exposição da produção a meio-ambiente diferentes gerou conhecimento sem fórmulas nas planilhas contábeis. O lucro não entende conhecimento. Não consegue traduzi-lo a valores pecuniários. Um Saci Pererê comum a todas as culturas.
No Brasil, como bem diz o prof. Mangabeira-Unger, "nos fiamos demais nas nossas riquezas e recursos naturais", e esquecemos recursos intangíveis por preguiça e ganâncias imediatistas.

Aceleração
Toda inovação traz mudanças. Seja na forma ou no resultado. Essas mesmas mudanças nos direcionam à novas rupturas e mudanças. Aceitá-las, umas e outras, definem como sobreviveremos. (Aceleração)
Acontece quando deixando de lado a exceção, assume-se a ruptura como contexto normal e essa homeostase passa a ser norma outra vez. Quando aprendemos, e aceitamos, a diferença entre o que era e o que é, adaptando-nos à novidade. Ela (teoricamente) muda nossa relação com os outros e com o resto. Todo ele.
Desta vez, no caso brasileiro, mais pobres e tristes.

Ainda há esperanças...

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