Algumas coisas me molestam sobremaneira. Por isso, tento racionalizar sobre elas e desmontar em pedacinhos "esquecíveis" e facilmente perdidos pelo caminho. Para tal me aproveito de TODO o que possa me ajudar a encontrar forma e poder esquartejar o conceito. Fábulas e contos infantís se prestam enormemente para esta função. Um dos meus favoritos: "A Gansa dos Ovos de Ouro". Lembram?
Para mim um aviso: Cuidado com a ganância!
Pois bem, ando às voltas com uma situação recorrente a me incomodar, e hoje enquanto cozinhava me deixei divagar e revisando a tal situação fui parar na galinha do título acima.
Resumo da história (para quem não lembra):
1. uma galinha (vermelha. claro) encontra alguns grãos de milho;
2. ao invés de comé-los, decide aumentar e tirar proveito deles;
3. convida seus amigos a participar da empreitada;
4. ninguem quer colaborar, -é muito trabalho, é cansativo, não vêem lucro nem benefício-;
5. a galinha planta e colhe o milho;
6. com ele faz pão e o divide com seus pintinhos;
7. seus amigos pedem uma parte e reclamam quando não a recebem;
A galinha ainda tem muita paciência e explica todos os passos acima e porque não teve auxílio e tal e coisa não dividirá nada com eles.
Para mim parece que não consegue convencer os tais "amigos" da razão do seu proceder. Mas, isso será lá com eles.
Enquanto isso, cá no mundo real como se ajusta a tal historinha à minha situação?
Fácil; trabalho com conceitos intangíveis e informação explicita. Não se preocupe se não entende.
Siga meus passos e talvés consiga ver meu raciocínio.
Trabalho -entre outras coisas- na internet. Dou forma à informação. Transformo dados e histórias em imagens agradáveis e (às vezes até) atraentes para que sejam lidas (consumidas).
Não gosto de trabalhar com truques nem muletas que desviem a atenção para o suporte. Há de haver intenção até na ausência de significantes. E isto cria, no resultado final, atalhos para significados relativamente únicos. Tento evitar redundâncias que levariam o leitor à entropia, ou mensagens com vários significados divergentes.
Aprender a fazer isso não foi fácil. Ainda me lembro a alegria de poder criar código html que funcionasse em (quase) todos os browsers da época. Isso foi parte do aprendizado. Outra parte foi como ler e apresentar a leitura para um visitante ávido de informações e sensações.
Afinal, estamos na internet!! Tem que ser rápido, interativo, 3D, visually appealing, zip-zap!!!
E a informação é o de menos, não passa de mera coadjuvante.
Tento resgatar o significado, pô-lo à altura do seu significante no documento. Hierarquias de informação, alguns chamam de arquitetura da informação, outros de leitura. Eu almejo elegância visual (redundante?).
Isto tudo sem perder toda a qualidade que possa obter do código (lembram do html?) em que trabalhe. A argila não deixa de ser argila porque se transformou num vaso.
Pode dar o nome que quiser...
A apresentação do "resultado do meu trabalho" -notem as aspas- é a combinação do código com a hierarquia numa linha de significados que seja visualmente elegante. Quando escuto: "clean", meus cabelos da nuca arrepiam. Procuro a elegância de um perfume que não acabe com o oxigênio da sala. Odeio entrar num site onde TUDO chama desesperadamente a atenção ao mesmo tempo.
"Ô moço compra um lanche pra mim!! Eu! Eu! Eu!"
Saio correndo, não quero nem saber o que era! No entanto, ao fazer isto, ou fazer desta forma, o intangível adquire uma outra dimensão. A etérea, quase nada, imperceptível...
E aqui vem a parte que me irrita. Este exercício todo não é simples, preciso saber mexer com o código, mexer com a informação, saber um pouco de estética e ter alguma noção do público-alvo. Fora alguns programas e habilidades externas. Tudo isto finamente equilibrado para obter reações como: "tá caro", "você faz isso com as mãos nas costas", "tudo isso por cinco minutos do seu dia?", "pago depois, pode ser?", "tenho um sobrinho que faz isso em meia hora", "meus amigos falaram que não gostaram", "esse serviço vale menos", "ensine nossa auxiliar o que deve fazer para mudar", "posso pagar mês que vem?". Engraçado é que não se encontra um sobrinho, um amigo ou uma auxiliar quando TEM que ser feito!
Começar do zero ninguem quer!
E quem, como eu, vive disto não precisa de mais incómodos. Tente balançar fumaça na mão e terá uma amostra da sensação.
Há, contudo, casos em que as discussões podem dar passo a resultados interessantes. Me lembro de um ou dois casos em que, de tanto torrar sobre apresentação, houve mudanças significativas na qualidade da apresentação por parte dos clientes. Houve melhoras... eles finalmente entenderam. Conseguiram ver a diferença entre um slide e um slide bem feito.
Com a mesma informação.
Ninguem discute com o padeiro sobre o pão estar quente ou não, ninguem discute com o mecánico sobre a suspensão não ser Ferrari. Mas com desenhistas, ilustradores, fotógrafos freelancers deve haver um código tácito de condutas, tipo: "devo não nego, pago quando puder".
É isso?
Para mim um aviso: Cuidado com a ganância!
Pois bem, ando às voltas com uma situação recorrente a me incomodar, e hoje enquanto cozinhava me deixei divagar e revisando a tal situação fui parar na galinha do título acima.
Resumo da história (para quem não lembra):
1. uma galinha (vermelha. claro) encontra alguns grãos de milho;
2. ao invés de comé-los, decide aumentar e tirar proveito deles;
3. convida seus amigos a participar da empreitada;
4. ninguem quer colaborar, -é muito trabalho, é cansativo, não vêem lucro nem benefício-;
5. a galinha planta e colhe o milho;
6. com ele faz pão e o divide com seus pintinhos;
7. seus amigos pedem uma parte e reclamam quando não a recebem;
A galinha ainda tem muita paciência e explica todos os passos acima e porque não teve auxílio e tal e coisa não dividirá nada com eles.
Para mim parece que não consegue convencer os tais "amigos" da razão do seu proceder. Mas, isso será lá com eles.
Enquanto isso, cá no mundo real como se ajusta a tal historinha à minha situação?
Fácil; trabalho com conceitos intangíveis e informação explicita. Não se preocupe se não entende.
Siga meus passos e talvés consiga ver meu raciocínio.
Trabalho -entre outras coisas- na internet. Dou forma à informação. Transformo dados e histórias em imagens agradáveis e (às vezes até) atraentes para que sejam lidas (consumidas).
Não gosto de trabalhar com truques nem muletas que desviem a atenção para o suporte. Há de haver intenção até na ausência de significantes. E isto cria, no resultado final, atalhos para significados relativamente únicos. Tento evitar redundâncias que levariam o leitor à entropia, ou mensagens com vários significados divergentes.
Aprender a fazer isso não foi fácil. Ainda me lembro a alegria de poder criar código html que funcionasse em (quase) todos os browsers da época. Isso foi parte do aprendizado. Outra parte foi como ler e apresentar a leitura para um visitante ávido de informações e sensações.
Afinal, estamos na internet!! Tem que ser rápido, interativo, 3D, visually appealing, zip-zap!!!
E a informação é o de menos, não passa de mera coadjuvante.
Tento resgatar o significado, pô-lo à altura do seu significante no documento. Hierarquias de informação, alguns chamam de arquitetura da informação, outros de leitura. Eu almejo elegância visual (redundante?).
Isto tudo sem perder toda a qualidade que possa obter do código (lembram do html?) em que trabalhe. A argila não deixa de ser argila porque se transformou num vaso.
Pode dar o nome que quiser...
A apresentação do "resultado do meu trabalho" -notem as aspas- é a combinação do código com a hierarquia numa linha de significados que seja visualmente elegante. Quando escuto: "clean", meus cabelos da nuca arrepiam. Procuro a elegância de um perfume que não acabe com o oxigênio da sala. Odeio entrar num site onde TUDO chama desesperadamente a atenção ao mesmo tempo.
"Ô moço compra um lanche pra mim!! Eu! Eu! Eu!"
Saio correndo, não quero nem saber o que era! No entanto, ao fazer isto, ou fazer desta forma, o intangível adquire uma outra dimensão. A etérea, quase nada, imperceptível...
E aqui vem a parte que me irrita. Este exercício todo não é simples, preciso saber mexer com o código, mexer com a informação, saber um pouco de estética e ter alguma noção do público-alvo. Fora alguns programas e habilidades externas. Tudo isto finamente equilibrado para obter reações como: "tá caro", "você faz isso com as mãos nas costas", "tudo isso por cinco minutos do seu dia?", "pago depois, pode ser?", "tenho um sobrinho que faz isso em meia hora", "meus amigos falaram que não gostaram", "esse serviço vale menos", "ensine nossa auxiliar o que deve fazer para mudar", "posso pagar mês que vem?". Engraçado é que não se encontra um sobrinho, um amigo ou uma auxiliar quando TEM que ser feito!
Começar do zero ninguem quer!
E quem, como eu, vive disto não precisa de mais incómodos. Tente balançar fumaça na mão e terá uma amostra da sensação.
Há, contudo, casos em que as discussões podem dar passo a resultados interessantes. Me lembro de um ou dois casos em que, de tanto torrar sobre apresentação, houve mudanças significativas na qualidade da apresentação por parte dos clientes. Houve melhoras... eles finalmente entenderam. Conseguiram ver a diferença entre um slide e um slide bem feito.
Com a mesma informação.
Ninguem discute com o padeiro sobre o pão estar quente ou não, ninguem discute com o mecánico sobre a suspensão não ser Ferrari. Mas com desenhistas, ilustradores, fotógrafos freelancers deve haver um código tácito de condutas, tipo: "devo não nego, pago quando puder".
É isso?
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