domingo, 21 de junho de 2009

Neandertais

Uma das premissas da Revolução Industrial era, resumidamente, a de que a mecanização nos liberaria para termos o tempo e condições necessários para atingir uma evolução interior, ou para tal fim labutarmos.

Mas, como quase todos os rôtulos ortodoxos, em algum momento isto foi deturpado (também resumidamente). Hoje em dia, trabalhamos quase tanto quanto nas épocas anteriores à Revolução Industrial, produzimos toneladas per capita, e ainda assim continuamos cada vez mais longe da tão almejada evolução. Tanto mais que alguns de nós já esqueceram que evolução é essa.

Sente-se confortávelmente, e pense comigo; a cada inovação tecnológica produzimos mais, melhor e rapidamente. Contudo, como raça, continuamos a parecer Neandertais batendo em botões. [Sem querer ofender os neandertais, claro.]


Não apelo a uma diminuição de velocidade de inovação tecnológica, não. Apelo a que apertem menos botões e aproveitem esse tempo para pensar no neandertal sentado frente à máquina.
Não era ele que deveria ser inovado? Não deveria ser inovado junto?

O que há demais em ser um neandertal, se além disso puder pensar, criar, propor soluções novas, inovações? Que tal a cada inovação tecnológica uma inovação pessoal?
Como raça seriamos agora quase pura energia. Fractais capazes de nos combinar uns com os outros. Entender e aprender a cada nova combinação. Combinar nossas isoladas melodias numa mesma canção universal? Quem sabe?
Pura ficção e delírio?


Ok, let's talk shop...
Tivemos cem anos para aprender tecnologia, vamos gastar os próximos cem aprendendo a aprender. Quem sabe daqui a trezentos anos o que faremos.
Mas, acredito será este o caminho.

3 comentários:

  1. Dear bro,
    Quanto aos Neandertais nada posso dizer. Eles eram "os caras" na sua época. Agora somos nós, os Homo modernus (without Viagra) que estamos estragando o grande legado deles. Concordo em gênero, grau e número, mas discordo da evolução do homem para energia. Do jeito que as coisas estão indo, com o aquecimento global, acúmulo de resíduos inorgânicos, mal uso das energias alternativas (principalmente a nuclear) estamos mais para evoluírmos para os Homo merdus.
    Isso me lembra o livro do Popol Vuh. Os deuses irão destruir tudo para construir de novo e melhor.

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  2. Eles eram "os caras" que perderam a guerra do Joga-Pedras.
    Os últimos acontecimentos tem exacerbado meu cinísmo e vivo me lembrando do Lot (Ló, pros outros). Lembra dele?
    A coisa tava braba, pegando fogo, e Deus se encheu. Você lembra como acabou esse negócio. Quanto a construir de novo, não é melhor de três, não.
    O que quis mostrar foi a diferença entre o que temos (e mantemos) e o que poderiamos ter se aplicassemos um pouco de esforço. A "energia" a que me refiro é o esforço de entender e aprender. Não que seriamos seres de luz branco-azulada e transparentes feito água-viva. Isso deixo para joguinhos de Steven Spielberg. Estamos mais para Morlocks do que Elois aqui. Você sabe disso, você vê isso todos os dias.

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