sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Dâmocles

Lembra da história de Dâmocles?

Sendo eu, cria de Jesuítas, é quase que uma das minhas mais antigas lembranças. Eles têm lá suas técnicas de fazer lembrar, como seu, o aprendizado. Transformando, o que para alguns seria "cultura inútil", em ferramentas de trajeto para a vida toda.

A história diz que Dâmocles era um cortesão na corte de um déspota. Que quis ser déspota no lugar do déspota e acabou com uma espada afiada apontada à sua cabeça. História toda cheia de moral e detalhes, como um caleidoscópio.

Cada um vê o que entende ou, o que é pior e pouco usual, tenta entender o que vê. (Mais difícil)
Desejos e consequências, nem sempre nessa ordem. Uns e outros, nem sempre bons. Tendemos a esquecer que o acaso também faz parte dessa equação toda. Porções quânticas de diferença presentes na rotina fazem do resultado final uma surpresa.
Nós, seres humanos, levados ao extremo de dados, somos mais um sistema aberto. E, de livro, sabemos que o acaso é o elemento principal de tais sistemas abertos.

Afinal, o que é o acaso senão tudo o que não sabemos, não conhecemos, não deveria nem poderia acontecer. Mas, mesmo assim: acontece, aparece, está alí. Para alguns cientistas, é a razão desconhecida. Para outros, esticando a sorte; é o Serendipity.

Mas, Dâmocles, parecia tão linear? Sim, só que não.
Ser déspota no lugar do déspota, por si, já seria uma história. Linear que nem bula de Maizena. Mas a espada afiada apontada à cabeça é o acaso da história. Um píccolo no auditório.
O famoso: "tava indo tão bem".

Surpreenda-se se, no outono da sua planejada vida, tudo estiver lilly white e organizadinho.

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