Hoje (3ª-feira) fizemos finalmente nossa mudança para a casa nova. Me pergunto quando foi que arranjamos tanta tranqueira! É descomunal a quantidade de troços e badulaques sem nenhuma importância ou utilidade que insistimos em carregar conosco pela vida afora. Além do peso, o espaço ocupado por esses penduricalhos é enorme. Como alguem em sã consciência coleciona tantas inutilidades na vã esperança de que um dia venham a ser úteis. De alguma forma... qualquer forma.
Como nossos modelos mentais conseguem encontrar uma lógica para justificar esta situação?
Estou moído de cansaço. Tem lugares que nem sabia que tinha que estão me doendo. Ou, como diz a canção: “I’m aching on places I used to play”. Aquele sofa tão confortável sou capaz de trocar por um tatami sem pensar duas vezes. E, na hora de colocá-lo dentro de casa parece que o danado inchou mais rápido que um zodiac* e não havia porta que fosse do seu tamanho. Mesmo aquela porta veneziana que tivemos que derrubar meia parede para colocar. Me passou pela cabeça até, atacar o sofá a machadadas e transformá-lo em duas poltronas no mais puro estílo Pós-Bagdá! Ou, quem sabe, alguma coisa reclinável?
E a seção bibelós e outros trecos de tamanho e formas variados que a gente gruda nas viagens, então? Das viagens, de agora em diante, só iremos trazer boas lembranças e fotos digitais. Agora sei de onde que as crianças vão arranjar “prendas” nas próximas Festas Juninas. E não vou aceitar devoluções, nem que os pais tragam as crias chorando pelas orelhas! Ahn, me aguardem... amanhã faço uma lista de Schindler ao contrário. De tudo o que vou me desfazer!
Amanhã, pois hoje estou um caco!
*Zodiac é um tipo de bote inflável automático usado em salvamentos pela Marinha de vários países.
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