terça-feira, 19 de março de 2024

O Rei continúa nú!

Nem que chova SuperBonder dos céus, seremos capazes de juntar-nos, como um só povo, por um desejo comum. Cada um de nós tem uma versão muito particular de ganância.

E Lula gritou: "o Rei está nú!" e virou um pandemônio global.
Que falta de respeito do Sr. Lula para com Israel. Só porque estão numa campanha especial de exterminio do povo palestino, em terras palestinas.
É um despropósito, uma falta de respeito para com a história do povo judaico (sic).
Lembremos do "Lebensraum" de Ratzel (1901).

Esquecemos, e alguns comentaristas seguidores de ideologías fingem não saber, que o liberalismo econômico nos obriga a perceber além do maniqueísmo, do 100% certo ou errado. E nos posicionar de acordo. 
Como país, livre e soberano, capaz de termos nossos próprio limites e empatias.
Em varios graus.

Insistir na visão submissa (de viralatismo terceiromundista) e colonial de quem tem poder, tem razão, pelo simples fato de ter poder.
E se autodeclarar: civilizado. (!)

Intimoratos, qualquer voz que se alce contrária à doutrina impingida em voga, será - terá de ser - errada, incorreta, ridícula.
 

"O Rei está nú!" do Sr. Lula da Silva, Presidente eleito da República Federativa do Brasil, pela repercussão obtida virou um grito de basta pacífico, sem ameaças de agressão ou morte. Comparar os ataques-repostas de Israel na Palestina (principalmente na faixa de Gaza, desejada pelo estado judeu desde 1949) com os ataques aos judeus indefesos da europa pelos nazistas na Segunda Guerra chega a ser uma imagem básica, comum a todos nós. Afinal, quem ai não assistiu um filme ou documentário da 2a. guerra até hoje?


"Genocídio: extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso". Independente de ser promovido por Gengis Khan, Hitler, Pol Pot, Netanyahu ou quem quer que seja o maluco da vez.

A imprensa corporativa reclamar, nas redes, que o Holocausto é privativo do povo judeu, e que o sr. Lula da Silva não tem repertório para fazer tal comparação, é aumentar o fato e diminuir, ao mesmo tempo, não somente o Sr. Lula, mas T-O-D-O-S nós.
Humanos.

Israel está errado e errando, tanto quanto a Alemanha esteve e fez.


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segunda-feira, 11 de março de 2024

Lula estava certo

O Lula estava certo.
À primeira vista parecia mais um faux pás de um ex-líder sindicalista, mas pare um pouco... e pense no assunto.
'Die Gedanken sind frei', diz a velha música alemã. 
Pense mais...

Lula disse que: "A Ucrânia e a Rússia são culpados pela guerra. E que, tanto os EUA quanto a Europa, tem culpa no conflito também". (Mais ou menos isso)
Pronto, foi o suficiente para malhar o presidente Lula como Judas em sábado de aleluia. A gritaria subiu aos céus de todos os lados. Analistas, comentaristas políticos e econômicos, jornalistas, pastores e 'empresários' todos. T-O-D-O-S.
Até a cigana da leitura das mãos na Praça da Sé comentou: "Lula da Silva errou novamente".

Vejamos novamente o que realmente o presidente Lula disse. 
Resumindo: os estados europeus históricamente não aceitam a Rússia como um estado europeu. Rússia ficaria assim perdida geograficamente entre a europa e a Ásia, mesmo não sendo nem uma nem outra. Rússia foi, desde antes do fim da 2a. guerra, um estado totalitário e comunista. Cresceu com esse ambiente de coisas. A Ucrânia era, até bem recentemente, um dos estados da confederação russa. Cresceu nesse ambiente de coisas.
Hoje ela está armada com todo tipo de armas sovieticas e ocidentais.
E quer mais.

Enquanto houverem ataques soviéticos, os Estados Unidos farão de tudo um pouco para manter o conflito ativo e os russos ocupados.
Na verdade, é um jogo de xadrez, cada qual usando mais do que as 16 peças originais por competidor. 

A OTAN (leia-se EUA) flertando com a Ucrânia e os Países Nórdicos, ao mesmo tempo, era uma isca que a Rússia não poderia deixar passar. O conflito era de se esperar. A organização atlântica fechava as portas da Europa para a Rússia, de vez.
Qualquer idio... comentarista da Globo com metade dos poderes da Mãe Dinah poderia prever. Comentam, e os dedos escondidos dos EUA, por detrás disso tudo, tornam-se invisíveis novamente.
Inocentes criaturas como sempre.

Estão querendo Cubanizar a Rússia! Golpe de mestre a la Redford & Newman digitais.
Presta atenção, criatura!
Ou como diz a velha canção americana: "we did it once before and we're gonna do it again!"
Só esqueceram que é o gás russo que, entre outras coisas, aquece os invernos europeus. Os próprios europeus esqueceram, não pensaram, aquecidos pelos aboios dos americanos. A China comprou um monte de gás russo a preço de banana (lá da China, porque aqui tá caro). A Índia também. Pergunto: por quê o Brasil não comprou também? Hmm... por quê?

Lembremos que Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul formam o core dos BRICS.
O Luis Inácio não era o presidente na época. Também, à época, ninguém fez estardalhaço porque o poltrão Bolsonaro não acertou. Por quê?

Os ucranianos apostaram que os russos não peitariam os americanos. E que estes, e a OTAN, os protegeriam.
Deu no que deu.
Os russos, por sua parte, apostaram numa guerra rápida, fácil. Afinal eles tinham armado a Ucrânia, conheciam o poder das suas forças. Não contavam nem com seu Pacto, nem com que os americanos conseguissem trazer meia Europa para um conflito local, diria até, particular.
Deu no que deu.

Num contrassenso, tentaram seducir o Brasil a entrar (sim, o efeito seria esse e maior) no conflito, cedendo armamentos para Ucrânia. Torre avança.

Lula negou.
Fez bem, houve estardalhaço. Vai entender...
Se o Brasil cedesse, os americanos, além de armas, conseguiriam enfiar uma cunha no BRICS, enfraquecendo o conjunto.
Peão do Rei se move três casas.

Traríamos para casa, fantasiado de participação mundial, um problema que além de não ser nosso, enfraqueceria nossas relações comerciais e diplomáticas com sócios importantes. Lembre-se: "Timeo danaos et dona ferentes" (Laocoonte).