Alguns segundos passaram em profunda cogitação. Podia ver os méritos do plano de Reeves. Um rumor de que Reginald Worcester estava na penúria poderia grandemente diminuir meus prospectos maritais. Contudo, tinha um alfaiate e vários apontadores de apostas que enxergavam a insegurança financeira com considerável desaprovação.
Sacudí minha cabeça. "Lamento Reeves. Os riscos sobrepujam os benefícios. quando estiver na metade do caminho do altar, sinta-se à vontade de passar notas sobre a minha iminente falência a todos os bancos da igreja do lado da noiva. Mas, até então, nem uma palavra."
"Concordo que é uma estratégia arriscada, senhor. Como se sente em relação à insanidade?"
"O quê?!"
"Como objeto de rumor, senhor. Um pretendente com história de insanidade na família poderia ter uma considerável desvantagem."
Bom, eu poderia conviver com a insanidade. Qual família nobre da Inglaterra não tinha um tio-avô que não mastigasse ocasionalmente o tapete ou tivesse minhocas na cachola? Nós, os Worcesters, tinhamos mais do que nossa quota. Claro que, as famílias, preferiam não tocar no assunto. O que significava que a pessoa que o fizesse teria uma larga vantagem! Ou seria desvantagem?
Faz tempo que não me divertia lendo uma (ou várias) histórias como a do trecho acima. Malba Tahan conseguia tecer histórias divertidas e edificantes. Estas só são divertidas, aprenda se quizer, bom ou mau. São só histórias.
O autor? Chris Dolley.
O livro: What ho, Automaton!
Sobre as peripécias de um dandy em um universo paralelo. Onde a tecnologia há criado autómatos como valet de chambre e Prometheans -cyborgs de todo tipo. Tudo misturado aos estertores da sociedade vitoriana, 1903.
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