Faz alguns dias, fui trabalhar na aplicação do exame do Enem.
Primeira vez que fico do outro lado da prova. No primeiro dia foram perguntas de respostas diretas. O segundo trazia a 'famigerada' redação. Famigerada porque, por algum motivo que me foge à compreensão, pensar e escrever se tornou algo terrível e extenuante para quem está se acostumando a perguntar ao Google. Se esquecem que o primeiro passo da criatividade e inovação é pensado a tintas, e em silêncio. Colocar em gerúndio o infinitivo das informações coletadas.
Vendo a situação dos candidatos, decidi me inteirar do tema proposto da redação e para me ocupar, desenvolver uma redação mental, como se fosse minha a responsabilidade de fazê-la.
Das várias tentativas que fiz, me lembro que chegava sempre a um lugar que não era religioso. Lembrava de Buarque de Holanda, suas 'Raízes do Brasil' e pouco além disso. História e poucas páginas policiais. Guardei o que consegui e escrevo embaixo o que lembrei.
Espero não ter zerado a redação, pelo menos.
Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (Enem, 2016)
A população brasileira é composta hoje, na maioria, pelos movimentos populacionais que sempre houve no mundo. A maior parte destes movimentos migratórios foi resultado da intolerância religiosa ou política, acontecidas principalmente na Europa. Desde antes do Cisma e passando pela Reforma Protestante, grupos religiosos migraram atrás de segurança para América, sendo o Brasil um dos destinos finais.
Nossa cultura, podemos dizer, é uma amalgama de todas aquelas que aqui formaram uma identidade nacional. Há, claro, aqueles grupos étnicos que mantêm traços e costumes originais, mas a prática religiosa nunca tinha sido uma ofensa ou crime. Houve, contudo perseguições a alguns cultos, não-cristãos principalmente, mas com o passar do tempo se entendeu que eram tão válidos quanto qualquer religião dita 'oficial' num país laico.
O que há, e isto sim precisa urgentemente ser analisado, entendido e combatido, é uma intolerância racial travestida em intolerância religiosa. Elementos que, em grupos, por divergências políticas ou econômicas, chamam a si o direito de tentar intimidar outros grupos ou minorias. Aqueles que por falta de educação carecem de limites ou empatia. Aqueles que se sentem acima e além de qualquer responsabilidade pelos seus atos, pelo simples fato de ser eles, seu nome, seu partido político ou até mesmo a fortuita cor de sua pele.
No Brasil, para combater tal situação, não é preciso criar mais leis. Temos leis demais criando confusão, entropia. E delas, a impunidade é certamente, um dos resultados mais evidentes.
Entender a intolerância religiosa seria então; entender a intolerância racial, econômica ou política praticada entre a população.
E para fazê-lo precisamos, não somente ser firmes e draconianos, mas deixar claro e evidente que não serão permitidas transgressões de qualquer espécie contra qualquer indivíduo, não importando gênero, raça, nem credo. Contas bancárias ou solvência econômica não fazem parte da caracterização do humano.
Botar um aviso bem visível na porta: "Cortamos cabelo e pinto!"
Entenda quem quiser.
Primeira vez que fico do outro lado da prova. No primeiro dia foram perguntas de respostas diretas. O segundo trazia a 'famigerada' redação. Famigerada porque, por algum motivo que me foge à compreensão, pensar e escrever se tornou algo terrível e extenuante para quem está se acostumando a perguntar ao Google. Se esquecem que o primeiro passo da criatividade e inovação é pensado a tintas, e em silêncio. Colocar em gerúndio o infinitivo das informações coletadas.
Vendo a situação dos candidatos, decidi me inteirar do tema proposto da redação e para me ocupar, desenvolver uma redação mental, como se fosse minha a responsabilidade de fazê-la.
Das várias tentativas que fiz, me lembro que chegava sempre a um lugar que não era religioso. Lembrava de Buarque de Holanda, suas 'Raízes do Brasil' e pouco além disso. História e poucas páginas policiais. Guardei o que consegui e escrevo embaixo o que lembrei.
Espero não ter zerado a redação, pelo menos.
Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (Enem, 2016)
A população brasileira é composta hoje, na maioria, pelos movimentos populacionais que sempre houve no mundo. A maior parte destes movimentos migratórios foi resultado da intolerância religiosa ou política, acontecidas principalmente na Europa. Desde antes do Cisma e passando pela Reforma Protestante, grupos religiosos migraram atrás de segurança para América, sendo o Brasil um dos destinos finais.
Nossa cultura, podemos dizer, é uma amalgama de todas aquelas que aqui formaram uma identidade nacional. Há, claro, aqueles grupos étnicos que mantêm traços e costumes originais, mas a prática religiosa nunca tinha sido uma ofensa ou crime. Houve, contudo perseguições a alguns cultos, não-cristãos principalmente, mas com o passar do tempo se entendeu que eram tão válidos quanto qualquer religião dita 'oficial' num país laico.
O que há, e isto sim precisa urgentemente ser analisado, entendido e combatido, é uma intolerância racial travestida em intolerância religiosa. Elementos que, em grupos, por divergências políticas ou econômicas, chamam a si o direito de tentar intimidar outros grupos ou minorias. Aqueles que por falta de educação carecem de limites ou empatia. Aqueles que se sentem acima e além de qualquer responsabilidade pelos seus atos, pelo simples fato de ser eles, seu nome, seu partido político ou até mesmo a fortuita cor de sua pele.
No Brasil, para combater tal situação, não é preciso criar mais leis. Temos leis demais criando confusão, entropia. E delas, a impunidade é certamente, um dos resultados mais evidentes.
Entender a intolerância religiosa seria então; entender a intolerância racial, econômica ou política praticada entre a população.
E para fazê-lo precisamos, não somente ser firmes e draconianos, mas deixar claro e evidente que não serão permitidas transgressões de qualquer espécie contra qualquer indivíduo, não importando gênero, raça, nem credo. Contas bancárias ou solvência econômica não fazem parte da caracterização do humano.
Botar um aviso bem visível na porta: "Cortamos cabelo e pinto!"
Entenda quem quiser.