terça-feira, 18 de junho de 2024

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Recentemente temos sido invadidos por noticias, comentários, análises e visualizações de acontecimentos mundiais que, nos deveriam levar a ver, a pensar e fazer as coisas diferentes. 
Um novo normal, por assim dizer.

Há guerras, desastres, inundações e epidemias para todos os gostos e de
várias colorações. Todas com uma nota comum, nós estamos ligados a todas elas, de uma ou outra forma. Se isto fosse um romance policial, nós todos, seríamos o suspeito perfeito. Vítimas ou algozes. A não ser que um raio nos atingisse, um vulcão explodisse sob nossos pés ou massas continentais se movessem, criando montanhas intransponíveis, o culpado em ambas situações - lamento informar - somos nós mesmos.
Desculpe-me caro leitor, não é pessimismo nem depressão. Só um alinhavado de causas e consequências simples.

Não foi o S. Jobs quem disse: "deem os serviços complicados aos preguiçosos, eles encontrarão a forma mais fácil de fazê-lo"? Simplifique os serviços, que os preguiçosos virão, como moscas à carniça.
Simples, não?

Vejamos cada item mencionado na introdução, no fore play digamos:
Temos guerras. Rússia vs Ucrânia, Israel vs Palestina, Estados Unidos vs China, Coreia do Norte vs Coreia do Sul, Estados Unidos vs resto do mundo. Genocídios na Armênia e em Gaza. O Sudão e o Congo sendo o Congo de sempre.

Temos desastres. Terremotos na Turquia, terremoto na Coreia, terremoto no México, terremoto na Argentina, furacões no meio-oeste dos Estados Unidos, calores extremos no México, na Ásia Central e secas no norte do Brasil e partes da África. 
Temos inundações na Bélgica, na Itália, Espanha, no Rio Grande do sul no Brasil.

E, também temos, as epidemias. Tivemos covid19 e chicungunha, agora andamos às voltas com a dengue.
Temos que revisar e corrigir os índices de incidência e mortalidade de muitas patologias que nos afligem para identificarmos o que procurar (patógenos e medicamentos).
"Vamos por partes", disse Jack the Ripper, se não, não acabo.

Veja como, vítimas ou algozes, dizia eu (qual Unamuno), somos personagem ou coro dessas peças todas.
Pois bem.
Simplifique todas elas à sua essência primordial.
Sim, sei que parece impossível, mas lembremos que isto é um exercício de imaginação. Sem certo ou errados, acimas e abaixos. Liberte-se de constrangimentos sociais e seja feliz. Aprenderemos pelo caminho. Sigam-me...

Deixemos as guerras de lado como desinteligências entre vizinhos ou parentes. Os desastres, como somatórias de eventos matematicamente calculados. E as epidemias como "viu, falei que ia dar merda!" Continuamos a nos esforçar para encontrar a forma certa de fazer o errado. Ou não?

Peguemos inundações.
Inundações sim, porque últimamente são o que mais vemos e ouvimos na TV enquanto remamos de um bairro ao outro. Assim, ninguém pode dizer que não sabia ou que nunca viu.
A inundação do Rio Grande do Sul aconteceu, a partir do dia 28 de abril de 2024, uma sexta-feira. Enquanto São Paulo enfrentava um caldeirão de calor, lá chovia entre 500 a 700 mm. O equivalente a um terço da media historica do esperado para o ano todo.
Um chuvão e tanto!
Foi tanta chuva que os gatos, os cachorros e um cavalo (Caramelo) subiram ao telhado. Bem, mais de um. Teve um que chegou ao 3° andar dum prédio. 
Houve, em várias cidades do estado, 172 mortos (até agora). 572.7 mil desalojados*.
Mas, por quê dessa chuva toda? Por quê da inundação? La Niña fazendo birras na América do Sul?
Com toda nossa avançada ciência e tecnologias, esquecemos de prestar atenção ao nosso redor. 

Eles nunca tinham sido inundados antes? Sim, já houve grandes inundações em RGS, em 1941. E fizeram várias comportas para evitar novas surpresas. 
Mas convenhamos que "amostra grátis de Dilúvio" não é surpresa, é desastre.
Escrito em maiusculas!
As comportas não abriram, não cederam. As águas passaram por cima como se elas não existissem. Das casas só dava para ver os telhados. Os gatos, os cachorros e os cavalos em pé, sobre eles. E os botes e as motos aquáticas indo e vindo.
As chuvas também.

Esqueçamos os mapas de relevo da região. Ninguém lembrou deles na hora de ocupar o solo. Nem da vazão dos rios e corpos d'água. Ou das matas ciliares e adjuntas. E tudo o que a somatória delas modifica.
O homem, como capaz de modificar seu ambiente, como o Rei da Criação, o modifica.
E quem não gostar, que se mude.
Como já disse o filósofo Garrincha: "esquecemos de combinar co'os russo".

Somos parte (pequena) de um sistema complexo e aberto, onde toda rodinha dentada move um rodão.
Podemos continuar medindo tudo à nossa altura, mas lembremos: comparados com a natureza, que pouco conhecemos, somos menores que quanta.
Ela É... T-O-D-O.

Simples assim, ou ainda precisa um desenho.




* Segundo dados do IPH da UFRGS.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Somos T-O-D-O-S animais

Somos T-O-D-O-S animais.
Como poderíamos definir como "animal feroz", um leão que admira num urro, o por de sol nos campos do Serengueti recém molhado pela chuva, enquanto sua garra oprime a garganta de uma jovem gazela de Thompson prenhe.


E, no entanto, definir como "civilizado", um sujeito que controla, da sua sala climatizada, a kilometros de distância, um drone que lançou bombas de fragmentação sobre acampamentos de refugiados civis em zona neutra.
Enquanto escutava motivos de Scarlatti, o filho.
Qual dos dois menos animal?
Ou mais?


A Terra (3° planeta do Sistema Sol) continua sendo um lugar caótico e muito perigoso.