Era um programa popular de rádio, antes do PRK-30, com auditório ao vivo e tudo. Daqueles que aconteciam nos anos 40-50. O auditório ficava cheio, e a rua frente a rádio também.
O apresentador, entusiasmado com o andar do programa do dia, chamou o novo "artista".
Entra um matuto à caráter com uma viola sem mais pretensões.
- "E agora, um novo valor nacional, vindo de nossos campos valorosos, a cantar para nós".
- "Seu nome, por obséquio?"
- "Me chamo Carlos Apolinário."
- "E, me diga, o que cantará nesta oportunidade?"
- "Vou-lhes cantar uma música da minha terra. Minha tia que compôs."
- "Sua tia, esplêndido. Será ela nossa ouvinte na ondas da rádio?"
- "Se pusserem alto o volume do rádio, talvez escute. Não temos rádio no cemitério, sabe." (Risadas)
- "Ahn... Entendo, entendo. Sua tia faleceu."
- "Não, ela está morta. Morreu feliz e sorrindo." (Mais risadas)
- "Ela sempre cantava esta canção quando ia para a plantação."
- "Sim, sim. Bom então, o microfone é todo seu. Cante!" (Aplausos e risadas da plateia)
- "Lá vai:
(...) MEU CARALHAL EM FLOOOOOOOOR"
- "Opa, opa! O quê é isso, meu amigo? Este é um programa de família! Contenha-se de usar desses palavrões!"
- "Palavrões nada, meus tios eram gente humilde. Não usavam, e nem sabiam, de palavrões."
- "E esse que o senhor disse, é o quê, por acaso?"
- "Nunca viu um cará? Uma plantação de cará?"
- "Desculpe. É que... me confundi."
- "Mas, me diga, como se chama mesmo o lugar de onde veio?"
- "Pau Grande, perto de Curralinho e Gemegeme."
...
Por ordem da DIP tiraram o programa do ar e apagaram todos seus arquivos.
..."
Nota
Estes são meros acasos..
Os eventos foram diacrônicamente escolhidos para montar as situações irreais.
Não se leve tão à sério, afinal, desta vida não sairemos vivos.