terça-feira, 5 de abril de 2016

Maniqueístas Tolos

Já escutou falar que a teoria na vida real é a outra?
Esquecemos rapidamente e, com  mesma velocidade, insistimos em aplicar toda a moral dos catecismos de sábado. Aplicamos aqueles preceitos que, de preferência, encontrem o culpado nos outros e perdoem nossos próprios pecadilhos.

As leis não passam de recomendações sutis, escritas em legalês obtuso e confuso, onde qualquer rábula de porta de cadeia encontra atalhos. Nós, outros, menos iguais, que vivemos presos na outra margem da lei, que batemos panelas ao luar e xingamos escondidos na multidão, pagamos dobrado por veículos que valem metade e pela multimilionária incompetência de gestores e políticos.

Somos bombardeados e invadidos por interpretações pessoais. Algo como: 'A Vida, segundo Mercedes Sosa'. Um exemplo ao acaso, nada contra a senhora Sosa.

O modelo atual de governo, presidencial de coalizão, demonstrou toda sua fraqueza e inutilidade prática. Os últimos anos têm sido um carrossel de aproveitadores e corruptos fantasiados de príncipes salvadores da pátria. E, se acordos e promessas não servem, sendo cada um por si, para este governo. Promessas e acordos também não hão de servir para os próximos. O que nos leva de volta ao topo deste parágrafo; o modelo de governo está errado.

Mas, preste atenção caro leitor, são os próprios políticos, atores, cúmplices e executores do modelo falho, que chamam para si, a função de trocá-lo? Ou como disse o Joaquim Carvalho: "É o povo que fala, mas quem escolhe o povo que vai falar é a política editorial da redação."

Democracia baseada em três corpos independentes e associados, vontades do povo que o elegeu e tal e coisa, são termos teóricos, quimeras, para as quais não conseguimos imaginar substituto nem atualização. Voltar ao Parlamentarismo seria a prévia do Terror francês. Revisitaríamos a história antiga por pura ignorância e chamaríamos de novidade.
Inovação e modernismo.

Dar às massas o que pede por 'inocente ignorância' não é de forma alguma, beneficiá-la. Lembram da Revolta das Vacinas no Rio? Muitos desses exaltados, que hoje pedem cabeças aos berros e encapuzados, não existiriam. Seriam índices epidemiológicos em documentos que ninguém leria.
É minha impressão que, a curiosidade gerada pelas perguntas certas não existe. Os dados estão ai, escancarados em delações e vazamentos. Mas nós, com miopia seletiva, só vemos o lado oposto de coloração e sentido.

A vida real que ansiamos, depois de assistir cada 30 segundos de doutrinação, é outra.
Mas, sempre deixe espaço para milagres.
...
Nunca se sabe.




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