terça-feira, 1 de maio de 2012

O errado devo ser eu, claro!


Quando começo um projeto, primeiro tento imaginar o ambiente em que "vou trabalhar" (leia-se: onde meu cliente está inserido) e como é a ecologia desse ambiente. Como ele funciona.
Entender onde eu fui me meter... enfim.
As primeiras idéias recolho sempre dos clientes. O que ele faz, o que quer fazer, como quer fazê-lo, quais seus objetivos. As vezes, às duas últimas perguntas, eles não têm a menor idéia de como responder. Agradeceriam qualquer sugestão. Mais ou menos, começar do zero, literalmente.
Primeira nota: poucos sabem o que seja um Plano de negócio. Este processo não se faz com muitos rituais cabalisticos ou exercícios físicos extenuantes. Resumindo; é só prestar atenção, aprender.
De onde vem os tais comentários: "Você está trabalhando?" "Nem suou a camisa!", "Você só brinca!" "Você faz isso com uma mão nas costas!", "Nem levou cinco minutos para fazer!".
E depois começam a invocar o japonês: "Takaro nê!".

Estratégias podem ser comumente definidas como mapas de ação para obter ou atingir um resultado específico. Usualmente, quando bem feitas, elas deveriam contar com mais de um, e não menos de 3, caminhos diferentes e alternativos facilmente acessíveis entre eles. Os famosos: Plano B e C, que também devem ser conhecidos da equipe toda. Comumente, não existem e não o são. O que leva a, dadas as condições certas, aumentar o estresse e diminuir o desempenho das equipes. Em empresas grandes isso equivale à perda de um dente numa roda dentada. Outro belo passo nessa mesma desastrosa direção é a ignorância por parte da equipe da estratégia a seguir como um todo. As famosas estratégias de cima-para-baixo. Onde cada elemento age como se fosse separado de todo o resto por razões que somente a altíssima gerência e Deus devem saber. E, a vezes até o próprio Deus desconhece, afinal ele não é da gerência.
Em qualquer uma das direções que isso aconteça o resultado é sempre o mesmo: um desperdício enorme de todo tipo de energia para conseguir resultados aquem do ideal.

Merchant no seu livro "The New How" sobre estratégias colaborativas diz que, usualmente, as pessoas não são culpadas pelas falhas das estratégias. Principalmente quando estas são implementadas de cima para baixo. Hierarquicamente.
Mas, e quando não existe?


PS
Nestas últimas semanas, um antigo cliente, me ligou dizendo que estava contente com o resultado do meu serviço, que estava lançando nova linha de produtos e que tinha "descoberto" que estavam copiando a nossa idéia. Me lembro o quanto custou para convencé-lo sobre o conceito que estava propondo. E, confesso, não achei que o tivesse convencido de fato. O tempo mostrou que estava (mais ou menos) correto.

(continuarei...)

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