segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Parede branca


Uma das minhas mais velhas e caras memórias é sem dúvida uma parede branca.
Me lembro tinhamos acabado de mudar para um apartamento pequeno num prédio novo. A parede branca, oposta à janela, era iluminada pela luz do sol de uma forma indecente. Eu devia ter então uns 5 ou 6 anos, começava a entender --pelo menos-- algumas coisas.

Essa parede eu ENTENDIA!!

Lembro, fiquei um tempão ocupado sem ninguem para me interromper. Acho que me escutavam falar, logo deveria estar tudo bem. Criança brincando...
Até alguem passar pela minha obra. Tinha usado uma caixa de lápis de cor inteira para pintar um "mapa" na parede!

Pra mim, ainda faltavam alguns retoques aqui e alí, para minha mãe eu tinha ido longe demais. Vez por outra, ainda me lembro da sensação que tive ao desenhar naquela parede. Grande. Muito bom.
A primeira vez que explicitei limites distantes.

Toda vez que tenho que explicar conceitos óbvios para alguem me lembro daquela parede branca.
E, ao igual que aconteceu com minha mãe, eles poucas vezes entendem o bosque porque as árvores atrapalham.

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