sexta-feira, 2 de julho de 2010

Gíri

Fui criado na certeza de que quando entrasse a trabalhar em qualquer organização isto seria para sempre. Começaria por baixo e ir-ia galgando postos e responsabilidades na medida em que o mérito e minhas capacidades fossem aumentando. Vivia isso diáriamente, não havia mentira ou insulto que pudessem mudar o norte.
O mundo evoluiu.
E essa minha certeza anacrônica e infantil, definhou, definhou sem o menor aviso. Acho que o único que não percebeu fui eu. Meus conceitos arraigados de responsabilidade, dever, honra, melhor definidos pelo gíri japonês, ficaram tortos e fora de lugar. Até para mim.
Aprendí, isto é, estou aprendendo que temos que ter os pés aquí e a cabeça... hmmm, não foi exatamente isto que me trouxe tantos problemas quando criança? Não era eu um eterno distraído, displicente e sei lá mais o que? Para mim, eu sempre estive pensando alguma coisa. Que não entendessem era uma outra história.
Hoje revejo tudo do que me desfiz, meus erros e enganos são produtivos. Meus medos tenho que usar como capa do toureiro para atrair a atenção enquanto o sabre da intenção mostro só a ponta.

2 comentários:

  1. "Hoje revejo tudo do que me desfiz, meus erros e enganos são produtivos."

    Como disse certa vez o filósofo bigodudo: "aquilo que não me mata, me fortalece", ou algo parecido. Parece auto-ajuda, mas concordo plenamente com essa idéia. E mais, como parece sugerir seu texto, esses erros, além de serem um aprendizado, participam do processo "produtivo". Acho que estamos de acordo. Estamos?

    Abraço.

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  2. Salve Thiago!
    Sim, estamos. Se sobreviví aos meus erros significa que aprendí algo deles. Lembrando que erros são respostas certas às perguntas erradas. São os caminhos que não ousamos trilhar para chegar ao resultado.
    Pense em qualquer coisa que tenha dado um resultado MUITO errado. Agora, pense nisso de qualquer outra perspectiva e veja o que acontece com o tal resultado.
    Deu?

    Abs

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